O valor de mercado do Facebook voltou a superar os 100 mil milhões de dólares (74,8 mil milhões de euros), esta tarde. Os títulos da empresa com sede em Palo Alto avançam 2,39% para 41,52 dólares e chegaram a subir 3,43% para 41,94 dólares.

Os títulos têm negociado em máximos que remontam à data em que a empresa se estreou na bolsa de valores e só esta segunda-feira voltaram a superar a capitalização bolsista de 100 mil milhões de dólares.

A impulsionar o valor das acções tem estado optimismo relativo ao crescimento dos resultados da cotada. Os títulos acumulam uma valorização de 56% desde o início do ano. A maior parte dessa valorização ocorreu desde dia 24 de Julho, quando apresentou resultados em que deu conta de um crescimento de 53% das receitas. Parte, justificada pela capacidade de captar receitas publicitárias através de dispositivos móveis.

“O mercado está a ganhar confiança de que o Facebook vai ser uma máquina viável de geração de resultados líquidos”, afirmou o analista da Oracle Investment Research, Laurence Balter, à Bloomberg. “As pessoas estão a visitar a sua página de Facebook cada vez mais”, acrescentou.

As acções do Facebook estão negociar a um múltiplo de 180 vezes os resultados previstos para o final do ano. Trata-se de um dos maiores rácios entre as empresas do Standard & Poor’s 500, onde só três cotadas têm rácios mais elevados, segundo a Bloomberg.

A avaliação da empresa é coberta por cerca de 50 bancos de investimento, sendo que 76% das recomendações são de “comprar” e 24% de “vender”.

Já o professor de Finanças da Escola de Gestão da Faculdade de Nova Iorque (“Stern Business School”), Aswath Damodaran, afirmou, numa publicação no seu blogue pessoal (link em inglês), que acredita que a reacção do mercado aos resultados foi exagerada.

“Acredito que as acções estão a reagir de modo exagerado a notícias com impacto limitado e estão a empolar demasiado o preço” dos títulos, disse a 31 de Julho. As suas estimativas contam com um crescimento das vendas em linha com o que se verificou e avaliação a que chega para os títulos é de 26,75 dólares, explica.

Damodaran, que por ser professor não está sujeito às restrições dos analistas da banca de investimento, detinha acções da rede social e esclarece que tem a intenção de as vender – uma prática de transparência que aplica na generalidade das avaliações que publica.

“O conselho de 'comprar e manter' as acções em carteira, em que nos é dito que devemos deter as boas empresas para a posteridade, faz pouco sentido nas cotadas para que se espera grande crescimento, com os mercados a afastarem-se muitas vezes do justo valor”, explica.

“Na qualidade de investidor que teve a sorte de comprar [acções do Facebook] em Agosto último, porque as acções estavam a negociar abaixo da minha estimativa do valor intrínseco, tenho agora de ser consistente e vender porque se verifica o oposto”, concluiu.

(Correcção: No título e segundo parágrafo, corrigiu-se milhões para mil milhões)