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Itália planeia imposto sobre lucros extraordinários
O objetivo é fazer o défice descer abaixo dos 3% em 2026, explicou o ministro das Finanças italiano.
Itália quer avançar com um imposto excessivos das empresas, de modo a reduzir o défice nacional. "Vamos aprovar um orçamento que vai obrigar a sacrifícios de todos, o que significa taxar os lucros extradorinários", afirmou o ministro das Finanças, Giancarlo Giorgetti, à Bloomberg.
Giorgetti não deu pormenores, indicando apenas que este imposto vai abranger empresas de diferentes setores.
"Significa taxar os lucros e as receitas obtidas, e representa um esforço que todo o país tem de fazer, o que quer dizer os indivíduos, mas também pequenas, médias e grandes empresas", disse, numa entrevista pré-gravada.
Itália quer reduzir o défice de 3,8% esperado para este ano, de modo a ficar abaixo dos 3% em 2026. O país já foi repreendido pela União Europeia por não respeitar esta meta fixada para os 27 Estados-membros. O ministro das Finanças defendeu que a "credibilidade é fundamental" e que o Governo "tem de passar uma mensagem de credibilidade".
O novo imposto poderá ser uma forma de cumprir promessas feitas ao país, incluindo a de cortar impostos sobre os salários no próximo ano, mantendo os apoios às famílias de baixos rendimentos. A primeira-ministra Giorgia Meloni já defendeu que o apoio aos mais necessitados não deve ser apenas feito pelo Governo, mas também por empresas que têm beneficiado do aumento das taxas de juro.
Ainda assim, nesta entrevista à Bloomberg, o ministro da Economia garantiu que os bancos não vão ser um alvo preferencial do novo imposto, apontando a indústria da Defesa - que beneficiou com a guerra na Ucrânia - como outro setor que viu os lucros disparar.
"Vai haver um apelo geral para o contributo de todos, não apenas os bancos. Vai ser razoável e racional", garantiu. No ano passado, planos para um novo imposto à banca acabaram por ser abandonados depois de o seu anúncio ter gerado um "sell-off" na bolsa italiana.
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