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Médio Oriente coloca Europa no vermelho. Setor automóvel em mínimos de 11 meses
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quinta-feira.
Europa pintada de vermelho. Setor automóvel em mínimos de 11 meses
As principais bolsas europeias terminaram a sessão desta quinta-feira praticamente todas no vermelho, num momento em que os investidores avaliam a escalada do conflito no Médio Oriente, com receio de que o alargar de tensões possa afetar as economias globais.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, caiu 0,93% para 516,29 pontos, o nível mais baixo em quase duas semanas. Dos 20 setores que compõem o índice, o setor automóvel foi o mais prejudicado e cedeu mais de 2%, caindo para mínimos de 11 meses. Também o setor de construção recuou perto de 2%, a par das matérias-primas.
A escapar às perdas em bolsa estiveram as ações das empresas de petróleo e gás, que continuam a registar ganhos, esta quinta-feira de 0,28%, já que os preços do crude registam subidas pelo terceiro dia consecutivo.
O setor automóvel foi penalizado pela revisão em baixa da recomendação do Barclays à Mercedes, Stellantis e Porsche. As ações das três gigantes do setor caíram 1,10%, 4% e 2,48%, respetivamente.
Destaque ainda para a Tesco, cujas ações subiram 2,4% depois terem aumentado as perspetivas de lucro anual.
Já a SAP SE derrapou 1,45%, depois de a justiça dos EUA ter prolongado a investigação sobre a potencial fixação de preços da fabricante alemã de software.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 0,78%, o francês CAC-40 desvaloriza 1,32%, enquanto o italiano FTSEMIB recua 1,5%, depois do governo anunciar que vai subir os impostos às empresas com lucros extraordinários. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,71%.
O espanhol IBEX 35 foi a única praça a registar ganhos, ainda que ligeiros, ao subir 0,07%.
Subida de juros das dívidas soberanas no bloco não chegam ao Reino Unido
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravaram-se esta quinta-feira, apesar de o dia ter sido também marcado por um menor apetite pelo mercado de risco.
A "yield" da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, subiu 5,4 pontos base para 2,695%, enquanto a rendibilidade da dívida espanhola somou 4,7 pontos base para 2,924%.
A "yield" das obrigações soberanas italianas agravou em 6,2 pontos para 3,479%.
Por sua vez, a "yield" da dívida alemã a dez anos, de referência para a região, subiu 5,4 pontos base, para 2,141%. Já a rendibilidade da dívida francesa com a mesma maturidade registou um avanço de 7,9 pontos base, para 2,937%, voltando a superar a "yield" espanhola.
Fora do bloco europeu, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, aliviaram 0,9 pontos base para 4,015%, depois dos comentários do presidente do Banco de Inglaterra, que admitiu cortes de juros mais agressivos por parte do banco se a inflação continuar em tendência de queda.
Ouro perde terreno face a um dólar mais forte. Cobre cai
Os preços do ouro estendem as perdas, pressionados por um dólar norte-americano mais forte, no mesmo dia em que os "traders" avaliam comentários mais "dovish" dos bancos centrais japoneses e britânicos.
A fraqueza da libra, que está a caminho do pior dia desde 2022 com os comentários do presidente do Banco de Inglaterra, que admitiu adotar um corte mais agressivo nas taxas de juro.
Na mesma linha segue o Japão, com o mercado ainda a digerir as afirmações do primeiro-ministro, que "recusou" um aumento dos juros.
Com estas duas divisas a perder força, o dólar ganha terreno e pressiona o metal amarelo, que chegou a cair 0,80%. Entretanto, conseguiu reduzir as perdas e, a esta hora, cede 0,22% para 2.652,72 dólares por onça.
Já o dólar ganha 0,25% para 0,9077 euros e, face à divisa nipónica, soma 0,28% para 146,8800 ienes. Ainda face à divisa britânica, escala 1,18% para 0,7622 libras.
Ainda nos metais preciosos, destaque para o cobre que recua 2,41% para 453,70 dólares, prejudicado pelas tensões geopolíticas no Médio Oriente e pela incerteza da eficácia das medidas de estímulo para a economia chinesa.
Petróleo dispara após comentários de Biden sobre possível retaliação israelita
É mais um impulso ao "rally" do petróleo. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, admite estar a ser discutido um ataque de Israel a centrais de produção petrolífera do Irão. Caso avance, Biden admite apoiar o país aliado.
O West Texas Intermediate (WTI), de referência para os Estados Unidos, soma 3,88%, para os 72,82 dólares por barril. Já o Brent, de referência para o continente europeu, avança 3,53% para 76,51 dólares.
Apesar de deixar o "jogo em aberto", Biden ressalva que hoje não haverá ataques. O mercado petrolífero tem estado ao rubro com o conflito no Médio Oriente, que tem dado força ao preço do barril do crude.
O Médio Oriente representa cerca de um terço do abastecimento mundial de crude e os investidores receiam que a última escalada do conflito possa afetar a exportação, sobretudo se as instalações energéticas forem atacadas ou se as rotas de abastecimento forem bloqueadas.
Um ataque de Israel às exportações do Irão poderia significar a retirada diária de 1,5 milhões de barris do mercado, segundo analistas do Citigroup, citados pela Bloomberg.
"Estes desenvolvimentos acrescentam uma nova camada de incerteza ao impacto nos balanços e preços do petróleo a nível global" afirmaram.
Wall Street arranca no vermelho antes de dados do trabalho nos EUA
Num arranque de sessão volátil, as principais bolsas do lado de lá do Atlântico seguem a negociar em terreno negativo, num momento em que os investidores digerem os mais recentes dados relativamente ao mercado de trabalho nos EUA e seguem atentos à guerra no Médio Oriente.
O relatório do Departamento de Trabalho deu conta de um aumento de pedidos de subsídio de desemprego na última semana, para 225 mil - acima dos cerca de cinco mil apontados pelos analistas. A fragilidade do mercado de trabalho faz com que as hipóteses de um corte em 25 pontos base pela Reserva Federal aumentassem para 64,5%, face aos 50,7% apontados a semana passada, de acordo com os dados recolhidos pela Reuters.
Os conflitos geopolíticos voltaram a ser um motor para os mercados, sobretudo, o do Médio Oriente, com os investidores a esperarem por uma escalada nas tensões, em particular, de uma retaliação de Israel.
O S&P 500 cede 0,30% para 5.693,24 pontos. Por sua vez, o Nasdaq Composite desliza apenas 0,01% para 17.923,07 pontos e o Dow Jones cai 0,77% para 41.872,80 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, destaque para as ações da Levi's Strauss que caem quase 10%, depois de a retalhista ter diminuído a previsão de receitas anual.
Já entre as "Magnificent Seven", a Nvidia sobe 2,5%, enquanto a Tesla recua ligeiros 0,05%.
Esta sexta-feira, a atenção dos investidores estará focada no relatório mensal sobre os salários nos EUA.
Euribor cai para novos mínimos a três, a seis e a 12 meses
A Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses para níveis mínimos desde abril e março de 2023 e novembro de 2022.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 3,238%, continuou acima da taxa a seis meses (3,071%) e da taxa a 12 meses (2,712%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, baixou hoje para 3,071%, menos 0,021 pontos e um mínimo desde 21 de março de 2023.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho mostram que a Euribor a seis meses representava 37,1% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,2% e 25,4%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, baixou hoje, para 2,712%, menos 0,033 pontos do que na quarta-feira.
Já a Euribor a três meses desceu hoje, ao ser fixada em 3,238%, menos 0,008 pontos e um novo mínimo desde 20 de abril de 2023.
A média da Euribor em setembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em agosto e com menos intensidade nos prazos mais curtos.
A média da Euribor em setembro desceu 0,114 pontos para 3,434% a três meses (contra 3,548% em agosto), 0,167 pontos para 3,258% a seis meses (contra 3,425%) e 0,230 pontos para 2,936% a 12 meses (contra 3,166%).
Na mais recente reunião de política monetária, em 12 de setembro, o BCE desceu a principal taxa diretora em 25 pontos base para 3,5%, depois de em 18 de julho ter mantido as taxas de juro diretoras.
Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.
Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 de outubro na Eslovénia.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa em queda com tensões no Médio Oriente a reduzirem apetite pelo risco
Os principais índices europeus estão a negociar em queda, acompanhando a tendência da sessão asiática, com os investidores a aguardarem novos catalisadores. Ao mesmo tempo, o escalar de tensões no Médio Oriente está a conter o apetite pelo risco.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, avança 0,82% para 516,85 pontos, com o setor automóvel a liderar as perdas, a cair quase 2%, seguido pelo setor tecnológico e mineiro que perdem mais de 1%. Apesar de os preços do petróleo seguirem em alta pela terceira sessão consecutiva, o setor do petróleo e gás está a recuar ligeiramente.
Em Londres, o FTSE 100 está inalterado, numa altura em que o mercado avalia as últimas palavras do governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, que, em entrevista ao The Guardian, perspetivou que o banco central pudesse cortar as taxas de juro de forma "um pouco mais agressiva". O índice britânico, do qual fazem parte várias exportadoras, está ainda a beneficiar de uma libra mais fraca.
Entre os principais movimentos de mercado, a Tesco ganha quase 3%, depois de a retalhista ter revisto em alta as perspetivas de lucros para este ano fiscal. Já a alemã SAP cai mais de 1% depois de o departamento de justiça norte-americano ter alargado a outras empresas uma investigação à empresa de "software" alemã sobre fixação de preços.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 0,91%, o francês CAC-40 desvaloriza 1,09%, o italiano FTSEMIB recua 0,98% e o espanhol IBEX 35 cai 0,25%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,81%.
Juros agravam-se na Zona Euro. "Yield" das Gilts aliviam
Os juros das dívidas soberanas do bloco europeu estão a agravar-se esta quinta-feira, antes de França e Espanha emitirem dívida de curto e longo-prazo.
A "yield" da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, soma 5 pontos base para 2,691%, enquanto a rendibilidade da dívida espanhola sobe também 5 pontos base para 2,929%. A "yield" das obrigações soberanas italianas sobe 5,4 pontos para 3,472%.
Por sua vez, a "yield" da dívida alemã a dez anos, de referência para a região, agrava-se 4,4 pontos base, para 2,131%. Já a rendibilidade da dívida francesa com a mesma maturidade soma 5,1 pontos base, para 2,909%.
Fora do bloco europeu, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, aliviam 1,8 pontos base para 4,005%, com os investidores a avaliarem os últimos comentários do governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, que afirmou que o banco poderia ser mais agressivo a cortar juros caso a inflação continue a descer como esperado.
Dólar em alta. Libra cai após comentários de governador do BoE
O dólar está a negociar maioritariamente em alta e tocou esta manhã máximos de mais de seis semanas face ao iene, com a robustez do mercado laboral norte-americano a reforçar expectativas de que a Reserva Federal poderá não optar por outro corte de 50 pontos base.
O dólar ganha 0,05% para 146,5 ienes e 0,15% para 0,9068 euros. Já o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a 10 divisas rivais - avança 0,16% para 101,937 dólares.
Em destaque está a libra que desvaloriza tanto face ao euro (-1,07%), como ao dólar (-1,07%), depois de o governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, ter afirmado que o banco central se poderia tornar "um pouco mais ativista" e "um pouco mais agressivo" na sua abordagem às taxas de juro. Numa entrevista ao The Guardian, Bailey alertou ainda para o impacto do conflito no Médio Oriente nos preços do petróleo.
Ouro em queda à espera de novos dados dos EUA
O ouro está a desvalorizar, com os investidores aguardarem novos dados sobre a economia norte-americana, que inclui uma leitura da atividade nos serviços e o número de pedidos de subsídio de desemprego, que podem dar mais pistas sobre a dimensão dos próximos cortes de juros pela Reserva Federal.
O metal perde 0,46% para 2.646,33 dólares por onça.
Os dados conhecidos ontem mostraram que os novos postos de trabalho no setor privado nos Estados Unidos cresceram em 143 mil em setembro, a par do aumento no pagamento anual de 4,7% - valores acima das expectativas dos analistas, que apontavam para um aumento de 125 mil, e que evidenciam que o mercado laboral poderá não estar tão fraco como se estima.
Face a estes indicadores as expectativas de um corte de juros em 50 pontos base na reunião de novembro da Fed reduziram-se de 49% na semana passada para 37%, de acordo com a ferramenta da CME FedWatch, consultada pela Reuters.
Receio de nova escalada no Médio Oriente continua a impulsionar preços do petróleo
Os preços do petróleo seguem a valorizar esta quinta-feira, impulsionados por receios de um alastrar do conflito no Médio Oriente que possa causar disrupções na produção e fornecimento de crude por parte de alguns dos maiores exportadores da região.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI), de referência para os Estados Unidos, soma 1,53%, para os 71,17 dólares por barril. Já o Brent, de referência para o continente europeu, avança 1,37% para 74,91 dólares.
Os investidores centram-se na possibilidade de que Israel possa retaliar ao atacar infraestrutura energética do Irão. "Duvido que Israel tenha como alvo a infraestrutura petrolífera iraniana, uma vez que tal movimento provavelmente levaria os preços do petróleo para os 80 dólares, o que seria desaprovado pelos aliados de Israel, que estão a fazer progressos contra a inflação", explicou à Reuters Tony Sycamore, analista da IG.
Os investidores estão ainda a avaliar os últimos dados sobre os "stocks" de crude nos Estados Unidos. De acordo com os dados oficiais da Administração de Informação em Energia (IEA, na sigla original) os "stocks" aumentaram em 3,9 milhões de barris na semana passada, o que compara com perspetivas da Reuters de uma retirada de 1,3 milhões de barris.
Europa aponta para o vermelho na abertura. Ásia mista
Os principais índices europeus estão a caminho de um início de sessão em terreno negativo, acompanhando a sessão asiática que viu Hong Kong a abrandar nos ganhos.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 recuam 0,36%.
Depois de um "rally" sustentado pelas medidas de estímulo anunciadas por Pequim, em Hong Kong, o Hang Seng desvalorizou 1,03%, colocando um ponto final em 13 dias de ganhos.
Apesar de o otimismo relativamente ao estado da economia chinesa estar a aumentar, há ainda um elevado grau de ceticismo quanto à eficácia das medidas de estímulo anunciadas. Na China continental as bolsas estão encerradas devido aos feriados da "Semana Dourada".
No Japão, os principais índices negociaram em alta, à boleia de uma descida do iene, depois de o novo primeiro-ministro Shigeru Ishiba ter afirmado que a economia não está pronta para uma nova subida das taxas de juro. O Nikkei sobe 1,97% e o Topix ganha 1,2%.