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Israel ataca coração de Beirute e provoca sete mortos
O ataque aéreo atingiu um centro de primeiros socorros com ligações ao movimento xiita Hezbollah. Em paralelo, Israel continua a concentrar tropas ao longo da fronteira com o Líbano e a atacar os subúrbios de Beirute.
Israel está a intensificar os ataques sobre o Líbano e atingiu, na madrugada desta quinta-feira, um centro de primeiros socorros no coração de Beirute, que matou, pelo menos, sete pessoas. Este é o maior ataque israelita à capital libanesa desde que o conflito entre o país liderado por Benjamin Netanyahu e o Hezbollah eclodiu em finais de setembro.
O ataque aéreo foi dirigido a uma das sedes da Autoridade Islâmica de Saúde, uma organização com ligações ao movimento xiita libanês, e, além das mortes registadas, provocou ainda vários feridos. O centro de primeiros socorros estava localizado numa área densamente populada, em Bachoura, perto do parlamento libanês.
Nas últimas duas semanas, os ataques israelitas têm-se concentrado nos subúrbios da capital – mas esta é a primeira vez que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) atacam o coração de Beirute. Fontes do Hezbollah denunciaram ainda três ataques nos subúrbios a sul da capital, bastião do movimento libanês. Horas após a ofensiva, as IDF emitiram uma nova ordem de evacuação das áreas do sul da capital libanesa, indicando uma nova ação coordenada "num futuro próximo".
Paralelamente, Israel tem intensificado a presença de tropas ao longo da fronteira com o Líbano. Na quarta-feira, forças militares israelitas envolveram-se em conflitos com tropas do Hezbollah dentro de território libanês, que provocaram a morte de oito soldados e vários feridos.
Israel prepara retaliação contra Irão
O escalar do conflito no Líbano acontece numa altura em que a região se prepara para uma eventual retaliação de Netanyahu contra os ataques iranianos desta terça-feira. Relatos de fontes governamentais israelitas ao jornal norte-americano Axios indicaram que Israel estaria a equacionar atingir uma série de locais estratégicos no Irão, que poderiam incluir instalações de produção de petróleo ou, até mesmo, nucleares.
No entanto, apesar de o presidente do EUA reconhecer o "direito de Israel de se defender", Joe Biden já fez saber que qualquer retaliação que esteja a ser preparada por parte do governo de Netanyahu tem de ser "proporcional" e não pode atingir instalações nucleares.
A possibilidade de um ataque contra as infraestruturas energéticas do Irão fez com que os preços do petróleo crescessem mais de 2% na quarta-feira. No entanto, analistas têm posto em causa estas notícias, "uma vez que tal movimento provavelmente levaria os preços do petróleo para os 80 dólares, o que seria desaprovado pelos aliados de Israel, que estão a fazer progressos contra a inflação", explicou à Reuters Tony Sycamore, da IG.
O crude continua a somar com o aumento das tensões no Médio Oriente e, a esta hora, o West Texas Intermediate (WTI), de referência para os Estados Unidos, cresce 1,98%, para os 71,49 dólares por barril. Por sua vez, o Brent, de referência para o continente europeu, avança 1,83% para 75,25 dólares.
Notícia atualizada às 11h19