Notícia
Marcelo pede a Israel que reconsidere declaração de Guterres "persona non grata"
O Presidente da República defendeu que seria "muito sensato que as autoridades israelitas reconsiderassem" a posição em relação ao secretário-geral da ONU "por ser desproporcionada".
03 de Outubro de 2024 às 12:50
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu esta quinta-feira a Israel que reconsidere a decisão de declarar o secretário-geral das Nações Unidas "persona non grata", acompanhando a posição tomada na quarta-feira pelo Governo português.
"Penso que seria muito sensato que as autoridades israelitas reconsiderassem aquela atitude, por ser desproporcionada. Onde o secretário-geral falou em lamentar, eles teriam preferido condenar, que o lamento era insuficiente", referiu.
Marcelo Recebo de Sousa falava à entrada para a Escola Alves Martins, em Viseu, a quem atribuiu o título de membro honorário da Ordem de Instrução Pública.
"É uma situação praticamente sem precedente em relação a um secretário-geral das Nações Unidas ou altas figuras internacionais. Mesmo com países que normalmente se vetam reciprocamente no Conselho de Segurança e, como sabem, estão a paralisar o Conselho de Segurança", indicou.
O chefe de Estado, que disse ter falado quarta-feira ao telefone com António Guterres, acompanha também a posição da União Europeia, que pretende que se continuem a manter esforços para "ultrapassar aquilo que está a ser verdadeiramente, de dia para dia, um agravamento da situação".
"Nas relações entre Estados e instituições internacionais, se a ideia é construir a paz, a prazo mais ou menos curto, o reconsiderar estas decisões é uma questão de bom senso", concluiu.
O Governo português instou na quarta-feira Israel a "reconsiderar a decisão" de declarar o secretário-geral das Nações Unidas "persona non grata", que lamentou "profundamente", defendendo a "missão indispensável" de António Guterres para garantir o diálogo e a paz.
O secretário-geral das Nações Unidas reagiu às críticas de Israel, afirmando ter condenado implicitamente o regime iraniano numa declaração divulgada na noite de terça-feira.
"Tal como fiz em relação ao ataque iraniano de abril, e como deveria ter sido óbvio que fiz ontem [terça-feira] no contexto da condenação que expressei, condeno veementemente o ataque massivo com mísseis do Irão contra Israel", sublinhou Guterres durante uma reunião do Conselho de Segurança hoje realizada na ONU.
O Governo do Irão lançou, na noite de terça-feira, cerca de 200 mísseis contra Israel, em retaliação pelo assassinato do líder do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, do chefe do grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um general iraniano.
As Forças de Defesa de Israel disseram que a maioria dos mísseis foi intercetada com o apoio dos Estados Unidos e Washington garantiu que vai colaborar com Telavive na resposta a Teerão.
O bombardeamento iraniano foi o segundo feito por este país diretamente contra Israel, após um outro realizado em abril em resposta a um ataque aéreo mortal ao consulado iraniano em Damasco, que Teerão atribuiu a Israel.
Na sequência do ataque iraniano, Israel pediu na terça-feira à noite uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, algo que o Irão também tinha solicitado no sábado, após uma vaga de ataques israelitas contra o sul do Líbano.
"Penso que seria muito sensato que as autoridades israelitas reconsiderassem aquela atitude, por ser desproporcionada. Onde o secretário-geral falou em lamentar, eles teriam preferido condenar, que o lamento era insuficiente", referiu.
"É uma situação praticamente sem precedente em relação a um secretário-geral das Nações Unidas ou altas figuras internacionais. Mesmo com países que normalmente se vetam reciprocamente no Conselho de Segurança e, como sabem, estão a paralisar o Conselho de Segurança", indicou.
O chefe de Estado, que disse ter falado quarta-feira ao telefone com António Guterres, acompanha também a posição da União Europeia, que pretende que se continuem a manter esforços para "ultrapassar aquilo que está a ser verdadeiramente, de dia para dia, um agravamento da situação".
"Nas relações entre Estados e instituições internacionais, se a ideia é construir a paz, a prazo mais ou menos curto, o reconsiderar estas decisões é uma questão de bom senso", concluiu.
O Governo português instou na quarta-feira Israel a "reconsiderar a decisão" de declarar o secretário-geral das Nações Unidas "persona non grata", que lamentou "profundamente", defendendo a "missão indispensável" de António Guterres para garantir o diálogo e a paz.
O secretário-geral das Nações Unidas reagiu às críticas de Israel, afirmando ter condenado implicitamente o regime iraniano numa declaração divulgada na noite de terça-feira.
"Tal como fiz em relação ao ataque iraniano de abril, e como deveria ter sido óbvio que fiz ontem [terça-feira] no contexto da condenação que expressei, condeno veementemente o ataque massivo com mísseis do Irão contra Israel", sublinhou Guterres durante uma reunião do Conselho de Segurança hoje realizada na ONU.
O Governo do Irão lançou, na noite de terça-feira, cerca de 200 mísseis contra Israel, em retaliação pelo assassinato do líder do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, do chefe do grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um general iraniano.
As Forças de Defesa de Israel disseram que a maioria dos mísseis foi intercetada com o apoio dos Estados Unidos e Washington garantiu que vai colaborar com Telavive na resposta a Teerão.
O bombardeamento iraniano foi o segundo feito por este país diretamente contra Israel, após um outro realizado em abril em resposta a um ataque aéreo mortal ao consulado iraniano em Damasco, que Teerão atribuiu a Israel.
Na sequência do ataque iraniano, Israel pediu na terça-feira à noite uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, algo que o Irão também tinha solicitado no sábado, após uma vaga de ataques israelitas contra o sul do Líbano.