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Brexit mergulha mercados no "vermelho"

Os receios de que o Brexit tenha uma impacto negativo na economia global e as preocupações em torno da banca europeia estão a mergulhar os mercados no "vermelho". Bolsas, libra e petróleo afundam. Refúgio ganha brilho.

Reuters
06 de Julho de 2016 às 14:55
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E ao terceiro dia um novo mar vermelho nos mercados. Os receios em relação ao crescimento da economia global, na sequência do Brexit, a libra a afundar e novas preocupações em torno de necessidades de capital na banca italiana estão a afastar os investidores dos activos de maior risco. Um comportamento que está arrastar as bolsas mundiais e a afundar as matérias-primas, num momento em que os analistas alertam para elevados níveis de incerteza.

As bolsas do Velho Continente estão a desvalorizar pelo terceiro dia, tendo já estado a negociar com quedas superiores a 2%, o petróleo segue nos 47 dólares por barril, a libra mantém-se em mínimos de mais de três décadas e os bancos europeus seguem a afundar. É este o quadro que marca a negociação esta quarta-feira, 6 de Julho, com os fantasmas do Brexit a atacarem em força.

Apesar da recuperação registada na semana passada, as preocupações em torno dos impactos negativos do referendo britânico estão a afugentar os investidores do risco. Além dos receios no crescimento económico, a especulação de um resgate ao italiano Banca Monte dei Paschi veio acelerar a correcção das acções do sector e agravar o pessimismo.

O índice europeu Stoxx 600 desvaloriza mais de 8% desde o referendo britânico, com o índice da banca a tombar perto de 20%. Já a libra continua em mínimos de 31 anos, tendo já tocado nos 1,2798 dólares.

No rescaldo do Brexit, a gestora americana BlackRock alterou as suas perspectivas para as acções europeias, mandando os seus clientes vender os títulos na região, com a entidade particularmente preocupada com o sector da banca europeu. Já o "chairman" do Société Générale adiantou que a crise na banca italiana pode estender-se ao resto da Europa.

Banca lidera quedas

Os receios de recapitalização no sector bancário europeu têm vindo a aumentar nos últimos dias, depois do BCE ter alertado para os elevados níveis de crédito malparado do Monte dei Paschi, um alerta que afundou as acções do banco.

Os títulos do banco italiano estão hoje a recuperar, depois de terem tombado 31% nos dois últimos dias. Já o Deutsche Bank é uma das instituições que está esta sessão a ser mais penalizada. Desce mais de 6% e lidera as quedas no sector europeu.

À procura de refúgio

A aversão ao risco está a ser acompanhada pela procura de activos de refúgio. Os metais preciosos, como o ouro e a prata, seguem a negociar no valor mais elevado em dois anos, e há juros cada vez mais negativos.

O metal dourado continua a ganhar brilho, na ressaca do Brexit. Sobe 1,3% para 1.374,27 dólares por onça, máximos de Março de 2014. Também a prata continua a valorizar perto de 3%.

Na dívida, as taxas alemãs a dez anos estão cada vez mais negativas, com quase dez biliões de dólares de dívida pública com taxas abaixo de zero.

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