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Bolsas japonesas caem mais de 3% e entram em “mercado urso”
O Topix e o Nikkei desvalorizaram mais de 3,5% na sessão desta quarta-feira, elevando para 21% a queda face ao anterior máximo. As preocupações em torno da China e da evolução da economia global continuam a penalizar os mercados.
As bolsas japonesas entraram esta quarta-feira, 20 de Janeiro, em "mercado urso", penalizadas pelos receios em torno da China e pela deterioração das perspectivas de crescimento global.
O Topix perdeu 3,7% para 1.338,97 pontos, elevando para 21% a queda acumulada desde os máximos de 10 de Agosto (mercado urso, ou "bear market" acontece quando a queda face ao máximo supera os 20%). O Nikkei desvalorizou igualmente 3,7% para 16.416,19 pontos, resultando numa queda de 21% desde o máximo de 24 de Junho.
Esta evolução acontece depois de, na terça-feira, os dados oficiais da China terem mostrado que o PIB do país cresceu 6,8% no último trimestre do ano, e 6,9% no conjunto de 2015 – o ritmo de crescimento mais lento dos últimos 25 anos.
Apesar de os dados terem aberto a porta à possibilidade de mais estímulos por parte das autoridades chinesas, não eliminaram as preocupações em torno da segunda maior economia do mundo e da capacidade dos líderes chineses para gerir a transição para um modelo de crescimento mais sustentável, impulsionado pelos serviços e pelo consumo interno.
O FMI reviu em baixa as estimativas de crescimento para a economia global de 3,6% para 3,4%. "Teremos alguma melhoria marginal no ritmo de crescimento mas menos do que esperávamos há alguns meses", resumiu Maury Obstfeld, director do departamento de análise económica do FMI.
Para a China, a instituição liderada por Christine Lagarde manteve a previsão de um crescimento do PIB em torno de 6,3%, advertindo, porém, que é aqui que residem os maiores riscos para a evolução da economia mundial no curto prazo –embora não só.
"Os riscos para as perspectivas mundiais permanecem enviesados no sentido descendente e prendem-se com uma desaceleração generalizada nas economias emergentes, com o reequilíbrio em curso na China, com os preços mais baixos das matérias-primas e com a retirada gradual de condições monetárias extraordinariamente acomodatícias nos Estados Unidos. Se estes desafios-chave não forem bem geridos, o crescimento global pode descarrilar", alertou Maury Obstfeld.