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Bolsas europeias com a maior queda dos últimos 10 meses
As bolsas europeias registaram a maior queda dos últimos 10 meses, depois da Reserva Federal norte-americana ter admitido reduzir os estímulos à economia nos próximos meses, caso a economia melhore. Também os índices japoneses apresentaram um deslize de mais de 7%, após ser conhecido que a actividade industrial chinesa caiu.
As bolsas europeias registaram a maior queda dos últimos 10 meses, acompanhando os índices asiáticos, que apresentaram a maior depreciação em dois anos, fruto da queda da produção industrial na China e das declarações de Ben Bernanke, presidente da Reserva Federal norte-americana, que admitiu reduzir os estímulos à economia nos próximos meses, caso a economia melhore.
O Stoxx Europe 600 registou um recuo hoje, quinta-feira, de 2,12% para 303,99 pontos. Das 600 acções que compõem o índice, apenas 32 terminaram o dia a subir. Ontem, o índice apresentou-se no nível mais elevado desde Junho de 2008, numa altura em que Ben Bernanke começou por afirmar que reduzir os estímulos muito cedo colocaria em perigo a recuperação da economia.
“Esta manhã tivemos a tempestade perfeita para activos de risco, com sinais negativos de ambas as políticas monetárias e fundamentos macroeconómicos”, afirmou Witold Bahrke, do PFA Pension, em Copenhaga. “A expansão monetária (“quantitative easing”) temos ser incentivada ontem, o que poderá ter um grande efeito no manipulado mercado do Banco Central”.
Edmund Phelps, Nobel da Economia considerou hoje que ainda não se pode tirar uma conclusão definitiva acerca dos benefícios da adesão à UE e aponta que o mais provável é que se prove futuramente que a integração europeia é um modelo não funcional, numa altura em que a Islândia suspendeu as negociações para a adesão à UE.
“Ainda estamos a assimilar a experiência da integração europeia e até que ponto ela vai ter sucesso”, aponta Edmund Phelps. “Não está excluída a possibilidade de que esta experiência seja impraticável e sem sucesso”, acrescenta o Nobel da Economia.
Também nas matérias-primas se fez sentir a contracção na produção industrial chinesa. O cobre, prata e paládio são as “commodities” mais penalizadas. Tal como as bolsas europeias e asiáticas, o mercado das matérias-primas seguiu, maioritariamente, a negociar em terreno negativo, pressionado pela primeira contracção da produção industrial da China nos últimos sete meses.
A confiança dos consumidores da Zona Euro, medida pelo indicador calculado pela Comissão Europeia, melhorou marginalmente entre Abril e Maio, de -22,3 para -21,9, segundo dados provisórios divulgados nesta quarta-feira, 23 de Maio.
Trata-se da sexta subida mensal consecutiva e, não obstante o indicador permanecer claramente em terreno negativo, soma-se a outros sinais que sugerem que a Zona Euro estará a emergir da mais longa recessão da sua história.
A actividade no sector dos serviços e a produção nas indústrias dos países da Zona Euro, medida pelo indicador da Markit Economics, voltou a cair em Maio, mas menos do que no mês anterior e menos do que previam os economistas, o que indica que a Zona Euro poderá sair da recessão já no terceiro trimestre de 2013.
A liderarem as quedas nas principais bolsas europeias estão o ASE/FTSE e o MIBTEL, os índices bolsistas grego e italiano, que recuaram 4,32% e 3,06% para 351,92 pontos e 17.008,42 pontos, respectivamente. O índice que esteve melhor, mas ainda assim a perder foi o PSI-20, a bolsa portuguesa, que deslizou 1,16% para 5.971,64 pontos, fruto de uma forte pressão da banca.
O IBEX, o índice bolsista espanhol, depreciou 1,40% para 8.343,60 pontos. Destaque para a queda dos títulos do Santander e da Abertis, que recuaram 1,55% e 2,52% para 5,383 euros e 13,925 euros, respectivamente.
Em França, o índice de referência, o CAC40, deslizou 2,07% para 3.967,15 pontos, com a Axa e o BNP a recuarem 3% e 2,76% para 14,715 euros e 44,78 euros, respectivamente.
O DAX, o índice de referência alemão, recuou 2,10% para 8.351,98 pontos, com a banca a contribuir fortemente para o mau desempenho do índice. O Deutsche Bank deslizou 3,35% para 35,94 euros e a seguradora Allianz recuou 3,45% para 117,60 euros.
O Footsie e o AEX registaram quedas de 2,10% e 1,85% para 6.696,79 e 365,22 pontos, respectivamente. Destaque para o ING, a instituição financeira holandesa, que perdeu 4,80% para 6,969 euros.