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Fed admite ajustar estímulos nos próximos meses

Presidente da Reserva Federal alertou para riscos de um final "prematuro" para os estímulos. Mas adiantou que pode haver ajustes nos próximos meses.

22 de Maio de 2013 às 21:50
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O presidente da Reserva Federal avisa que retirar os estímulos "de forma prematura" pode prejudicar a recuperação económica, mas admite alterações para breve no ritmo da compra de activos. Na audição perante o Congreso norte-americano, Ben Bernanke optou pelo envio de sinais divergentes, numa tentativa de ganhar tempo até que haja mais certezas de que a economia e os mercados estão preparados para o "desmame".

"Um aperto prematuro da política monetária (...) poderia implicar um risco significativo de abrandar ou interromper a recuperação económica, além de causar uma queda ainda maior da inflação", diz o texto que Bernanke viria a ler no Congresso. O dólar desvalorizou de imediato 0,7% face ao euro, com economistas como Rob Carnell, do ING, a comentarem que "Bernanke está a mostrar que continua a duvidar da recuperação".

A sessão de "Perguntas e Respostas" trouxe, contudo, um tom diferente. Bernanke assegurou que o final do terceiro programa de "quantitative easing" (compra de obrigações e activos hipotecários) não será interrompido de forma abrupta, como aconteceu nas duas ocasiões anteriores. Mas adiantou que o programa poderá ser ajustado em breve,, o que fez inverter as perdas do dólar e tirou "fôlego" às acções. "Ainda que o discurso preparado de Ben Bernanke não tenha sugerido quaisquer alterações no curto prazo, surgiram depois pistas que a Fed poderá reavaliar o programa nos próximos meses, caso as condições do mercado laboral continuem a melhorar", notam economistas do Newedge Strategy. "As próximas decisões dependerão claramente dos próximos dados económicos", afirmam.

Ben Bernanke reconheceu também que um período longo de taxas de juro baixas pode criar riscos para a estabilidade financeira – já que os investidores podem assumir riscos perigosos na procura de maiores rendibilidades –, mas disse não ver evidências de activos sobrevalorizados. A opinião pode não ser consensual no seio da autoridade monetária, mas "o presidente da Fed deixou bem claro no seu discurso que prefere abandonar os estímulos um pouco mais tarde do que seria ideal, do que mais cedo", acredita Christian Schulz, economista do Berenberg.

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