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Fed admite ajustar estímulos nos próximos meses
Presidente da Reserva Federal alertou para riscos de um final "prematuro" para os estímulos. Mas adiantou que pode haver ajustes nos próximos meses.
O presidente da Reserva Federal avisa que retirar os estímulos "de forma prematura" pode prejudicar a recuperação económica, mas admite alterações para breve no ritmo da compra de activos. Na audição perante o Congreso norte-americano, Ben Bernanke optou pelo envio de sinais divergentes, numa tentativa de ganhar tempo até que haja mais certezas de que a economia e os mercados estão preparados para o "desmame".
"Um aperto prematuro da política monetária (...) poderia implicar um risco significativo de abrandar ou interromper a recuperação económica, além de causar uma queda ainda maior da inflação", diz o texto que Bernanke viria a ler no Congresso. O dólar desvalorizou de imediato 0,7% face ao euro, com economistas como Rob Carnell, do ING, a comentarem que "Bernanke está a mostrar que continua a duvidar da recuperação".
Ben Bernanke reconheceu também que um período longo de taxas de juro baixas pode criar riscos para a estabilidade financeira – já que os investidores podem assumir riscos perigosos na procura de maiores rendibilidades –, mas disse não ver evidências de activos sobrevalorizados. A opinião pode não ser consensual no seio da autoridade monetária, mas "o presidente da Fed deixou bem claro no seu discurso que prefere abandonar os estímulos um pouco mais tarde do que seria ideal, do que mais cedo", acredita Christian Schulz, economista do Berenberg.