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BMW faz marcha-atrás nas perspetivas de lucros em 2024. Ações afundam mais de 10%

As ações da gigante alemã de automóveis estão a ser prejudicadas pela revisão em baixa da projeção de lucro anual, afetado pelo mais recente "recall" de 1,5 milhões de veículos devido a problemas no sistema de travagem, bem como a queda nas vendas de veículos para a China.

Reuters
10 de Setembro de 2024 às 15:52
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As ações da BMW estão a cair 10,5% e a arrastar a negociação do setor de automóveis europeu para terreno negativo, depois de a fabricante ter revisto em baixa o "outlook" para 2024. Sem avançar valores, a empresa prevê uma "significativa queda" nos lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA). No ano passado, a fabricante automóvel lucrou mais de 17 mil milhões de euros.

A gigante alemã, com sede em Munique, está a ser pressionada por três "dores de cabeça": a fraca venda dos veículos na China, já que o país é agora uma concorrência feroz na fabricação; a forte competição na gama de motociclos; e ainda a mais recente "chamada à oficina" (ou "recall") de 1,5 milhões de carros devido a um defeito nos travões da fornecedora Continental, cujas ações estão também a desvalorizar perto de 9%.

Em comunicado divulgado esta terça-feira, a empresa fala em "ventos contrários" que vão levar a uma queda nas vendas do segundo semestre, e, consequentemente, para o terceiro trimestre, prevêm custos de três digitos de milhões. Já para o quarto e último trimestre do ano, a situação poderá melhorar, admite a empresa. 

No segmento automóvel, a empresa prevê uma "ligeira diminuição" nas entregas face ao ano anterior, uma queda de 2% a 3% na margem EBITDA (que em 2023 se sitou nos 8% a 10%). Já na gama de motociclos, a tendência da distribuição seguirá a mesma, enquanto é esperada uma queda de 2% nos lucros.

Para investidores, a maior preocupação advém dos comentários da BMW sobre a China, que considerou que "o sentimento do consumidor continua fraco" no maior mercado de carros do mundo. A crise na BMW vem alimentar a crise vivida no setor industrial na maior economia da Europa, sobretudo no setor automóvel. 

A previsão da BMW está também a afetar outros nomes do mundo automóvel em bolsa, como a Mercedes, que está a recuar quase 5%. Nas praças europeias, o Stoxx Europe 600 Automobiles chegou a cair 3,2%, aumentando as perdas anuais para 11%.

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