As acções do Banco Comercial Português (BCP) estão a subir pela terceira sessão consecutiva esta quinta-feira, 27 de Agosto, depois de terem atingido mínimos de quase dois anos no início da semana.

Os títulos sobem 3,21% para 6,4 cêntimos, depois de a vice-ministra das Finanças da Polónia ter revelado, ontem, que o projecto de lei relativo à conversão dos empréstimos à habitação indexados ao franco suíço para zlotys pode voltar à forma inicial.

Esta proposta, que teria ainda de ser promulgada pelo presidente da República, representaria um custo aproximado de 21 mil milhões de zlotys a suportar pela banca. Na proposta inicial do Governo liderado por Ewa Kopacz, seria exigida aos bancos uma factura de metade desses custos. A aprovação desta medida implicaria um custo superior a 300 milhões de euros para o BCP.

Segundo os analistas do BPI, os empréstimos à habitação em moeda estrangeira do Bank Millenium totalizam 4,6 mil milhões de euros, 41% da carteira de créditos do banco polaco, e 8% dos empréstimos totais do grupo BCP.

Depois deste passo atrás do Governo polaco, os títulos do BCP chegaram a disparar 9,56%, acabando por encerrar a sessão de quarta-feira com uma subida de 3,64%. Já no dia anterior (terça-feira), as acções do banco liderado por Nuno Amado haviam valorizado 6,77%, recuperando das fortes perdas de segunda-feira.

A primeira sessão da semana ficou marcada pelos receios em torno da economia chinesa, que sacudiram os mercados mundiais, penalizando índices bolsistas, dívida, divisas e matérias-primas. As acções do BCP acompanharam a forte descida da bolsa nacional e afundaram 6,34% para 5,85 cêntimos, depois de terem chegado a negociar nos 5,41 cêntimos, o valor mais baixo desde Setembro de 2013.

Assim, nas últimas três sessões, o BCP acumula uma valorização de 13,83%, que reduz as perdas desde o início do ano para 2,26%. A capitalização bolsista do banco português é de 3.790,3 milhões de euros.

Esta quinta-feira, em menos de duas horas de negociação, já trocaram de mãos mais 95,5 milhões de acções do BCP, quando a média diária dos últimos seis meses não vai além de 241 milhões.

No entanto, esta semana, as transacções diárias têm ultrapassado largamente este valor. Só na segunda-feira trocaram de mãos mais de 522 milhões de acções do BCP.