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BCP volta a disparar mais de 4% e fixa máximo do ano

As acções do BCP estão a registar uma semana de fortes ganhos. Nas últimas quatro sessões já dispararam 15%.  

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O Banco Comercial Português atingiu esta quinta-feira o valor mais elevado desde meados de Dezembro de 2016, ficando muito próximo de superar a fasquia dos 20 cêntimos.

 

As acções fecharam a valorizar 4,38% para 19,79 cêntimos, cumprindo uma série de quatro sessões de fortes ganhos, período em que dispararam 14,92%.

 

Esta forte valorização levou a cotação do BCP a recuperar de todas as perdas sofridas durante o aumento de capital, operação que ficou marcada por uma forte pressão sobre as acções devido à negociação em paralelo com os direitos de subscrição.

 

Menos de dois meses depois de concluído o aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros, as acções do BCP estão agora muito perto dos 20 cêntimos, uma cotação que mais do que duplica o preço que os accionistas pagaram para subscrever as novas acções (9,4 cêntimos).

 

A conclusão do reforço de capital com sucesso e o reembolso do empréstimo estatal ajudou o banco a reencontrar o caminho dos ganhos em bolsa, sendo que a actual cotação já se encontra quase 50% acima do mínimo histórico fixado a 9 de Fevereiro nos 13,27 cêntimos.

 

No acumulado de 2017 as acções valorizam 7,34% e o banco liderado por Nuno Amado apresenta uma capitalização bolsista de 2.992 milhões de euros.

 

Margem para mais ganhos

 

Os analistas contactados pelo Negócios admitem que a recuperação dos títulos tem espaço para continuar. "O facto de o banco estar a limpar o seu balanço, começar a entregar resultados e ter agora uma estrutura accionista mais sólida e de longo prazo, ditou uma viragem no BCP", explica Pedro Lino. Para o administrador da Dif Broker, "banco tem potencial de continuar a subir porque depois de devolver as ajudas ao Estado ainda vale menos de três mil milhões de euros", ainda que admita a tomada de mais-valias a curto prazo. "As necessidades de financiamento são baixas nos próximos anos, a rentabilidade irá começar a dar sinais de vida e uma potencial alteração da política monetária do BCE, embora lenta, irá beneficiar um banco com a dimensão e os recursos captados, como o BCP", detalha.

 

Também o CaixaBI, que reiniciou na semana passada a cobertura das acções do BCP com um "target" de 0,25 euros, destaca que  aumento de capital, o CaixaBI salienta que removeu as preocupações com os rácios de capital do banco, estimando que a instituição será capaz de gerar capital de forma orgânica em 2017 (+50 pontos base) e em 2018 (+110 pontos base). E a "dinâmica positiva" estimada para as receitas e a "gradual redução dos custos do crédito" serão os factores-chave para a evolução em bolsa do banco liderado por Nuno Amado em 2017, que o BCP apelidou de "ano de transição".

 "O rácio de capital de 11,1% após a operação de aumento de capital no montante de 1,33 mil milhões de euros e o reembolso de 700 milhões de obrigações Cocos, assim como a evolução em termos de activos não rentáveis (NPE, na sigla em inglês) e rácios de cobertura mostram uma situação em termos de balanço mais estável", refere Albino Oliveira.

O desafio dos lucros e do malparado


O analista da Patris Investimento realça, assim, que "a melhoria na qualidade do balanço é indispensável para que o banco possa apresentar no futuro um nível mais elevado de rentabilidade, através de uma redução no custo do risco, ou seja, do nível de provisionamento para fazer face ao crédito em incumprimento". O regresso à rentabilidade e  a diminuição do nível de malparado no balanço são os principais desafios.

"O desafio de tornar o ‘stock’ de crédito concedido mais saudável seria relevante para o desempenho dos próximos resultados trimestrais", isto porque o BCP continua a acumular um elevado "volume de imparidades de crédito", destaca João Queiroz.

O director da banca online do Banco Carregosa realça, contudo, que "é uma evidência que passou a ter um balanço que lhe permitirá capitalizar um melhor desempenho da economia doméstica e um aumento das taxas de juro". Esta parece ser também a percepção dos investidores, sobretudo dos que antes concentravam no BCP as apostas negativas em Lisboa. Há agora apenas 1,11% do capital em posições a descoberto.

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