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BCP fecha agosto com a maior queda mensal desde 2016

As ações do maior banco privado português derraparam 16,44% em agosto, naquela que foi a maior perda mensal desde junho de 2016. As quedas prolongam-se desde a apresentação de resultados semestrais, no final do mês passado.

30 de Agosto de 2019 às 17:00
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O mês começou com o BCP a manter a série negativa de julho e a registar 9 sessões consecutivas no vermelho, o que representou o maior ciclo de descidas desde julho de 2015. Em julho deste ano, o banco tinha desvalorizado cerca de 15%.

 

A deterioração das perspetivas de evolução da margem do banco – vincada aquando da última apresentação de resultados, no final de julho - precipitada pelo contexto de taxas de juro muito baixas na Europa, conduziu o banco português para este cenário.

 

A atual situação no mercado de dívida soberana tem pressionado todo o setor da banca na Europa que caiu cerca de 7% durante este mês. O BCP, que caiu 16,44%, registou a terceira maior queda entre os pares europeus. O Commerzbank perdeu 16% e o Barclays caiu 13%, no mesmo período.

Com as atuais previsões a apontarem para um novo pacote de estímulos por parte do Banco Central Europeu, já na próxima reunião da instituição marcada para o dia 12 de setembro, o cenário aponta para que as "yields" na Zona Euro continuem a cair e, num contexto de juros historicamente baixos, as margens das instituições financeiras são prejudicadas. 

 

Recentemente, a sua unidade polaca do Millennium Bank foi mais um foco de pressão para o banco liderado por Miguel Maya, depois de ter sido publicado um guia por parte do Supremo Tribunal relacionado com a conversão para zlotis dos créditos contraídos em francos suíços, e que poderá implicar perdas para os bancos no valor de 13 mil milhões de euros.

O Supremo Tribunal da Polónia publicou um guia não vinculativo que, se for seguido pelos tribunais, poderá forçar os bancos a converter os contratos para a moeda nacional, o zloty, com condições que implicarão custos avultados. Para já, a banca desvaloriza o impacto que esta interpretação poderá ter.

Hoje, o BCP subiu 0,84% para os 0,19 euros por ação e amenizou ligeiramente a queda mensal. Ainda assim,os títulos continuam próximos de mínimos de 2017.

Nestes primeiros oito meses, as ações do banco acumulam uma queda de 15,63%.

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