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BCP afunda em dia negro nas bolsas e chuva de mínimos em Lisboa

Metade das cotadas portuguesas está a negociar em mínimos de pelo menos um ano. O PSI-20 está no nível mais baixo desde janeiro do ano passado e já perde quase 10% este ano.

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Está a ser mais uma sexta-feira de quedas acentuadas nas bolsas mundiais, com os investidores assustados com o impacto económico da propagação global do coronavírus. O movimento de fuga para as obrigações soberanas está a atirar as "yields" para mínimos e a pressionar fortemente as cotações das ações, com a banca a ser dos setores mais castigados.

 

O PSI-20 desce 2,76% para 4.724,88 pontos com apenas uma cotada em alta (a Ramada soma 2,61%). O índice português renovou mínimos de janeiro de 2019 e no acumulado de 2020 regista uma perda de 9,4%.

 


Nas praças europeias o cenário é ainda mais negro, com quase todos os índices nacionais a marcarem perdas acima de 3% e o Stoxx600 a ceder 3,39% para 357,84 pontos. O índice que agrupa as 600 maiores cotadas europeias está em mínimos de agosto do ano passado e a acumular perdas de 11,5% este ano. Em Wall Street o dia voltará a ser de perdas pesadas, uma vez que os futuros sobre o S&P500 descem mais de 2%.

 

Em todo o mundo, já há quase 100 mil pessoas infetadas com o Covid-19 e vários países estão a anunciar planos de emergência de milhares de milhões de euros, incluindo Itália e os Estados Unidos. As empresas também começam a revelar os efeitos devastadores deste surto, contribuindo para o pessimismo dos investidores.

 

Neste contexto, o mercado está numa espécie de "modo de crise", com as ações a afundarem e os juros das obrigações a atingirem mínimos de sempre, com destaque para a yield das obrigações do Tesouro a 30 anos, que estão pela primeira vez abaixo dos 1,4%. Na Alemanha a taxa das bunds a 10 anos está abaixo de -0,7%. Segundo dados da Bloomberg, as obrigações globais com juros negativos aumentaram para 14,4 biliões de dólares – mais de 3 biliões de dólares acima do nível de meados de janeiro, quando começaram as notícias sobre o novo vírus da China.

 

METADE DO PSI-20 EM MÍNIMOS

No índice PSI-20 são nove as cotadas que estão hoje a negociar em mínimos de pelo menos 52 semanas. São também nove as cotadas que estão a acumular perdas de mais de 20% em 2020.

 

BCP afunda para níveis de 2017 - A derrocada das ações está a ser transversal, afetando todos os setores, com a banca a ser um dos setores mais castigados devido às perspetivas de novas reduções das taxas de juro a nível global. O índice europeu para a banca, o Stoxx600 Banks Index, está a marcar perdas em torno de 4% e atingiu o nível mais baixo desde o rescaldo do colapso do Lehman Brothers, em 2009. Desde o máximo do ano, a 12 de fevereiro, a banca europeia já desvalorizou 24%.

 

Na bolsa de Lisboa o Banco Comercial Português é o reflexo desde momento bastante negativo para a banca. As ações do banco liderado por Miguel Maya voltam a liderar a tendência negativa na sessão desta sexta-feira em Lisboa, com uma queda de 5,43% para 0,1411 euros. As ações do BCP já atingiram o valor mais baixo desde fevereiro de 2017, altura em que o banco estava a realizar um aumento de capital. Em 2020 estão a cair 30% (terceiro pior desempenho do PSI-20).

 

Semapa recua para mínimo de 2016 - As ações da Semapa descem 4,04% e atingiram um mínimo desde novembro de 2016 nos 10,92 euros. Em 2020 estão a cair 20,26%.

Sonae perde 25% em 2020 - As ações da Sonae estão a cair 5,32% para 0,6845 euros, o que corresponde ao nível mais baixo desde novembro de 2016. A retalhista já perdeu 25% este ano.  

 

Altri em mínimo de 2018 - As ações da Altri afundam 6,33% para 4,556 euros e tocaram em mínimos de março de 2018. Em 2020 desvalorizam perto de 20%.

 

Pharol em mínimos históricos - As ações da Pharol caem menos de 3% mas já atingiram hoje o valor mais baixo de sempre em bolsa: 0,08 euros. Em 2020 estão a perder 19,68%.

 

Navigator em mínimo de mais de 3 anos - As ações da Navigator afundam 4,05% para 2,65 euros, tendo já tocado em novos mínimos de novembro de 2016. Desde o início do ano a papeleira recua 26%.

 

Mota-Engil é a que mais cai em 2020 - As ações da Mota-Engil afundam 4,47% para 1,175 euros, tendo tocado em mínimos de janeiro de 2016. Em 2020 os títulos caem 37%, o que representa o pior desempenho entre as cotadas do PSI-20.

 

Nos em mínimos de 2013 - A Nos é das cotadas que está a negociar em mínimos de há mais tempo. As ações caem 2,36% para 3,39 euros, o que representa o nível mais baixo desde junho de 2013. Em 2020 as ações caem 29,33%.

 

Galp Energia recua mais de 4% - As ações da Galp Energia renovaram mínimos de novembro de 2016 após uma queda de 4,12% para 11,87 euros. A petrolífera perdeu para a EDP Renováveis o lugar de segunda cotada mais valiosa da praça portuguesa e acumula uma descida de 20,3% em 2020.

 

Além das cotadas acima referidas (que são as que estão em mínimos), também os CTT perdem mais de 20% em 2020.  

 

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