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BCP afunda 9,5% antes da entrada das novas acções
A dois dias da entrada em bolsa das novas acções do BCP, os títulos afundaram 9,5%, a terceira maior descida desde que foi anunciado o aumento de capital.
As acções do BCP encerraram a sessão desta terça-feira, 7 de Fevereiro, a perder 9,46% para 15,7 cêntimos, depois de terem chegado a afundar um máximo de 12,11% para 15,24 cêntimos. Esta é a terceira maior descida das acções desde que foi anunciado o aumento de capital, a 9 de Janeiro.
A justificar este desempenho está não só a correcção dos ganhos recentes – os títulos subiram mais de 3% em cada uma das duas últimas sessões – como a antecipação da pressão vendedora na sessão de quinta-feira, em que serão dispersas em bolsa as novas acções. Apesar da forte descida, a cotação ainda está acima do fecho de 30 de Janeiro (14,62 cêntimos), o último dia em que os direitos de subscrição do aumento de capital negociaram em bolsa.
Esta terça-feira, trocaram de mãos mais de 58,5 milhões de títulos da instituição liderada por Nuno Amado, quase três vezes a média diária dos últimos seis meses (21,7 milhões).
Na sessão de ontem, o BCP foi a única cotada do PSI-20 a encerrar em alta, reflectindo o anúncio, na sexta-feira, de que a instituição concretizou o encaixe de 1,33 mil milhões de euros no aumento de capital, com a procura na operação a superar a oferta em mais de 20%. A Fosun reforçou o estatuto de maior accionista, passando a deter perto de 24% do capital do banco, enquanto a Sonangol manteve o estatuto de segundo maior accionista, com cerca de 15% do capital.
Já na segunda-feira, o banco informou que a gestora de activos norte-americana BlackRock passou a ser a terceira maior accionista, com mais de 3% do capital do banco.
Tal como avançou o Negócios na sexta-feira, o aumento de capital atraiu o interesse dos investidores institucionais estrangeiros, que passaram a deter um quarto do capital do banco, quando antes detinha menos de 20%.
Também os pequenos accionistas do BCP aderiram à operação, ao ponto de terem ficado com uma fatia entre 30% e 35% do capital do banco. Esta percentagem supera as estimativas iniciais da gestão, que admitia que os investidores de retalho ficassem com menos de 30% do banco, contra os anteriores 40%.