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Bancos portugueses avançam 7% e somam terreno pela terceira sessão

Expectativa de um corte de juros por parte do BCE impulsionou os bancos portugueses na sessão de hoje. O BCP foi o que mais subiu, estendendo para 16% a valorização dos últimos três dias.

23 de Abril de 2013 às 17:15
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Os bancos nacionais ganharam hoje em torno de 7% em Lisboa e registaram avanços pela terceira sessão consecutiva. A especulação em torno de um corte de juros é o principal motivo para o desempenho.

 

O BCP, com o impulso dado pela operação de venda da sua unidade Millennium Bank na Grécia, é o que tem marcado valorizações mais expressivas em Lisboa e foi hoje o terceiro que mais avançou no índice europeu do sector financeiro. O Stoxx para a banca europeia somou 3,2%.

 

Já o BCP encerrou nos 10,4 cêntimos devido a uma subida de 7,22%. Nas últimas três sessões, a instituição presidida por Nuno Amado esteve em forte alta, valorizando-se 16%. Alargando o espectro de análise para todo o ano de 2013, a subida é de 39%.

 

O ganho do BCP verificou-se apesar de a unidade de investimento do BES esperar um prejuízo para o banco liderado por Amado na ordem dos 142 milhões de euros no primeiro trimestre do ano o que, a confirmar-se, será o quarto trimestre consecutivo de resultados líquidos negativos.

 

Por sua vez, o BESI antecipa uma quebra de 32% dos lucros do BPI para 27 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. O banco liderado por Fernnado Ulrich avançou 6,58% para os 1,037 euros, estendendo a subida dos últimos três dias para 9%.

 

No mesmo período, o BES valorizou-se 10,5%, graças sobretudo ao ganho de hoje de 6,56%, que o levou a terminar o dia nos 0,829 euros.

 

As subidas dos três maiores bancos privados portugueses na sessão de hoje foi mais expressiva que a do PSI-20 (ganhou 2,99%) o que também aconteceu nas três últimas sessões, em que o índice de referência da bolsa nacional somou 6%.

 

Banca sobe com descida de juros

 

O índice de gestores de compras, o chamado PMI, mostrou hoje que se verificou, novamente, uma queda da actividade do sector privado na Zona Euro. A Alemanha, maior economia da união monetária, também não evitou essa contracção.

 

“Os dados do PMI de hoje tornam o corte da taxa do BCE mais provável. A nossa actual expectativa aponta para [cortes de juros em] Junho, mas há uma probabilidade crescente de que a redução de 25 pontos base da taxa directora possa acontecer já na próxima semana”, comentou à agência Bloomberg o economista do JPMorgan Greg Fuzesi. Neste momento, a taxa directora da Zona Euro está em 0,75%, o valor mais baixo de sempre.

 

Ao “Financial Times”, o estratega cambial do UBS, Beat Siegenthaler, declarou que há uma hipótese "clara" de que "o BCE venha a concretizar um corte de 25 pontos base na próxima semana". O passo será uma forma de impulsionar a economia de uma região que continua a recuar.

 

A especulação disseminada de que venha a ocorrer uma diminuição de juros na próxima reunião da autoridade monetária trouxe um optimismo para os bancos. Com juros mais reduzidos, as remunerações de depósitos bancários que estão indexadas a taxas como as Euribor – que tendem a seguir o comportamento da taxa de juro de referência – tendem a resvalar, o que significa que os bancos poderão conseguir alargar as suas margens.


Também há créditos indexados a Euribor e, neste campo, há duas questões em análise. Se, por um lado, uma descida dos juros significa que os bancos vão receber menos com esses créditos, por outro lado, essa descida poderá significar, também, que há menos incumprimento dos créditos (juros mais altos podem aumentar o risco de incumprimento - e se há uma descida dos juros é porque a perspectiva económica da região permanece negativa).

 

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