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Banca penaliza Wall Street
As praças norte-americanas fecharam em terreno negativo, com a banca a dar o mote às quedas, numa altura em que os investidores analisam as perspectivas para o crescimento mundial num contexto de novos receios em torno da China.
Os principais índices bolsistas dos Estados Unidos encerraram a sessão desta terça-feira a perderem mais de 1%, pressionados sobretudo pelos títulos do sector financeiro, que estiveram entre os melhores desempenhos nos últimos dias mas que hoje corrigiram devido aos receios de que a China continue a ser um travão ao crescimento global.
O índice industrial Dow Jones perdeu 1,14%, para 16.431,78 pontos. O Standard & Poor’s 500, por seu lado, cedeu 1,2% para 1.921,28 pontos, depois de ontem ter atingido máximos de seis semanas.
Já o tecnológico Nasdaq Composite recuou 1,47% para se estabelecer nos 4.503,58 pontos.
A banca foi um dos sectores que mais penalizou a performance das bolsas do outro lado do Atlântico, seguida dos títulos da energia – isto num dia em que os preços do crude regressaram às quedas, desanimados com o facto de o Irão ter considerado "ridículo" o acordo entre alguns países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia no sentido de congelar a produção.
"As coisas começaram a derrapar um pouco, depois de o banco central da China [PBOC] ter decidido permitir que o yuan se depreciasse face ao dólar", comentou à Bloomberg um estratega da gestora de activos Wells Fargo Funds Management, Brian Jacobsen, aludindo ao facto de o PBOC ter procedido ao maior corte de seis semanas da sua taxa de referência diária para a moeda chinesa.
"Temos de ter mais alguma clareza por parte dos responsáveis da Fed para sabermos até que ponto é que a Reserva Federal norte-americana está a ponderar a China para ter uma melhor ideia do que esperar para o crescimento mundial, o que influenciará o rumo das taxas de juro nos EUA", acrescentou o mesmo estratega.
Os investidores continuam assim atentos aos dados económicos, à espera de sinais que indiquem se a Reserva Federal norte-americana optará por continuar sem aumentar a taxa de juro directora nos próximos tempos ou se retomará a via das subidas – cujo arranque foi dado em Dezembro.
Esta semana são divulgados nos EUA os dados relativos à confiança dos consumidores, vendas de casas, bens duradouros e crescimento económico, bem como gastos pessoais.
O mercado mantém-se igualmente atento à divulgação dos resultados das empresas norte-americanas. Com a época de apresentação de contas quase a chegar ao fim, cerca de 75% das cotadas no S&P 500 superaram as projecções para os lucros, ao passo que perto de 50% excederam as estimativas para as receitas.