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Banca atira Wall Street para máximos de um mês. E o "shutdown" chegou ao 26.º dia

As bolsas norte-americanas encerraram em terreno positivo, sustentadas sobretudo pelo bom desempenho do sector financeiro, numa semana em que arrancou a divulgação das contas dos maiores bancos dos EUA e que têm agradado ao mercado.

Reuters
16 de Janeiro de 2019 às 21:06
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O Dow Jones fechou a somar 0,59% para 24.207,16 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 0,22% para 2.616,10 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq Composite subiu 0,15% para 7.034,69 pontos.

 

As bolsas do outro lado do Atlântico, que subiram para níveis de 14 de dezembro, foram sobretudo impulsionadas pela banca, uma vez que o arranque da época de reporte dos resultados do quarto trimestre – que começou pelo setor financeiro – está a ser melhor do que o esperado.

 

Depois do Citigroup na segunda-feira e do JPMorgan e Wells Fargo no dia seguinte, hoje foi a vez do Bank of America e Goldman Sachs apresentarem as suas contas. Para amanhã está agendado o Morgan Stanley.

 

Os resultados do Goldman superaram as expectativas, o que impulsionou o setor financeiro em bolsa.

 

Também o setor tecnológico continuou hoje a animar a negociação em Wall Street, com destaque para a Apple. A empresa da maçã, liderada por Tim Cook, disparou para o valor mais alto desde o início do ano, nos 155,65 dólares, tendo depois encerrado nos 154,94 dólares com um ganho de 1,22%.

Amanhã também a Netflix se confessa ao mercado, numa altura em que as cotações têm estado a subir - fruto do anúncio do aumento dos seus preços nos Estados Unidos. Ontem, a empresa disparou mais de 6% e hoje manteve a tendência na abertura, mas não conseguiu manter-se à tona e fechou a sessão a recuar 0,92% para 351,39 dólares - tendo assim feito o Nasdaq ceder alguns pontos nos ganhos.

 

Brexit, guerra comercial e "shutdown"

 

Apesar deste otimismo, os investidores continuam atentos e prudentes perante as incertezas em torno do Brexit, mas o facto de a primeira-ministra Theresa May ter sobrevivido à moção de censura no parlamento britânico ajudou à tendência positiva.

 

Os investidores estão também expectantes quanto a um potencial acordo comercial entre Washington e Pequim, depois de ter sido avançado que as negociações serão retomadas no final deste mês.

 

Enquanto isso, os serviços públicos federais dos Estados Unidos estão parcialmente paralisados há 26 dias - naquela que já é a mais longa paralisação da história do país - e não há sinais por parte da Casa Branca ou do Congresso de que estejam em curso quaisquer negociações para pôr termo a este "shutdown".

 

O facto de parte dos serviços do governo norte-americano estarem em "shutdown" tem levado, por exemplo, muitos museus a manterem as portas fechadas, deixando os potenciais visitantes – muitos deles turistas – sem lhes poderem aceder.

 

Esta paralisação tem também trazido outras condicionantes, como o facto de o presidente Donald Trump não ter marcado presença no Fórum Económico de Davos, na Suíça.

 

Agora especula-se sobre se o discurso de Trump sobre o Estado da União irá decorrer como previsto, a 29 de janeiro. Nancy Pelosi, a líder democrata na Câmara dos Representantes, já instou mesmo Trump a adiar o evento por questões de segurança. Mas, a esse propósito, Kirstjen Nielsen, ministra da Segurança Interna nos EUA, escreveu no Twitter que o seu departamento e os Serviços Secretos norte-americanos estão "plenamente preparados para apoiar e garantir a segurança durante o discurso do Estado da União".

 
O senador republicano John Kennedy há veio dizer que Trump poderá fazer o discurso no Senado se Pelosi se decidir pelo seu cancelamento na Câmara dos Representantes. Kennedy concorda com este "shutdown", dizendo que o presidente não deve fazer concessões enquanto não houver verba para o muro com o México, pois os democratas iriam aproveitar para dizer que o chefe da Casa Branca nada teria conseguido.

No entender de Kennedy, citado pela Bloomberg, não deve haver entendimento bipartidário para pôr fim ao "shutdown" enquanto as reivindicações de Trump não forem atendidas. E está convicto de que essas negociações não acontecerão antes de ser disponibilizado o dinheiro exigido. Sobre esse eventual entendimento entre democratas e republicanos, diz que isso só acontecerá "quando olharmos pela janela e virmos burros a voar".

O "shutdown" é um dos "temas quentes" actualmente em foco nos Estados Unidos, sendo também uma preocupação para os mercados.

 

Trump disse que não assinará qualquer lei do financiamento federal – mesmo que aprovada pelas duas câmaras do Congresso – até que seja possível fechar um acordo para o financiamento do muro na fronteira com o México, uma questão que considera crual para a segurança nacional.

 

Esta paralisação é parcial, visto que parte do financiamento já está assegurado. Com efeito, já tinha havido aprovação prévia de 75% dos fundos para o funcionamento normal dos serviços públicos.

 

Contudo, os restantes 25% dos programas federais estão sem dinheiro, pelo que se encontram encerrados. Entre estes 25% estão programas dos departamentos da Segurança Nacional, Justiça e Agricultura.

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