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Angola e recuperação permitem valorização de 35% do ESFG em dois dias

Sociedade que lidera braço financeiro do Grupo Espírito Santo continua a recuperação em bolsa, depois de ter afundado no mês de Abril. Acções disparam 10% esta quinta-feira, o que se junta à subida da sessão anterior de 22%. Recuperação e garantia de Angola ao BESA justificam subida.

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O Espírito Santo Financial Group, a casa-mãe do Banco Espírito Santo, está a contrariar a forte queda em bolsa do mês de Abril. Em dois dias, conseguiu ganhar 35%, uma valorização ainda insuficiente para compensar a referida desvalorização.

 

Esta sexta-feira, os títulos da companhia fecharam a subir 10% para os 3,509 euros, embora tenham chegado a avançar perto de 21% na altura em que chegaram aos 3,85 euros. O valor representa uma subida de 35% em dois dias, tendo em conta que encerraram, na terça-feira, nos 2,60 euros.

 

“Depois dos prejuízos anunciados em volta dos 864 milhões de euros na segunda-feira, muito por consequência do BES e à provisão extraordinária de 700 milhões de euros ser imposta para garantir o reembolso final de papel comercial no início de Dezembro de 2014 por parte do BES, os investidores retomam a confiança na ‘holding’ e no seu plano de vigilância e segurança sobre as suas subsidiárias”, comenta o gestor da XTB Portugal Tiago da Costa Cardoso, no e-mail de comentário do meio da sessão.

 

Foram 18 sessões consecutivas a perder valor por parte da empresa que deverá ser liderada por Ricardo Salgado até 2020. Desde 1 de Abril e até ao final do mês passado que esta sociedade, que é a que se encontra na cúpula do braço financeiro do Grupo Espírito Santo, perdeu 43%. Uma reacção em bolsa que ocorreu depois de, a 25 de Março, o grupo ter anunciado que os resultados de 2013 teriam de acomodar uma provisão especial de 700 milhões de euros para “fazer face a riscos potenciais associados com a sua exposição às actividades não financeiras do Grupo Espírito Santo”. Essa provisão, que visou responder a um risco percepcionado pelo Banco de Portugal, acabou por contribuir para que os prejuízos do ESFG se tenham fixado em 864 milhões de euros no ano passado.

 

A “holding”, que também controla o grupo segurador Tranquilidade, “continuará a trabalhar com o regulador no sentido de melhorar a sua situação consolidada em termos dos fundos próprios de base, para o que se irá concentrar nos seus activos principais, na área bancária”, ou seja, o BES.

 

O ESFG irá manter-se sob avaliação do Banco Central Europeu (BCE) e fará os chamados testes de stress (que fazem uma análise à capacidade de as instituições financeiras aguentarem períodos de dificuldade), isto apesar da intenção revelada de deixar de ter uma posição de controlo no BES através da Bespar (parceria com o Crédit Agricole). Sabe-se já que, caso necessitem, os bancos terão seis a nove meses para reporem as necessidades de capital reconhecidas nesses testes.

 

Garantia de Angola ajuda

 

Entretanto, como o Negócios noticiou na quarta-feira, um dos aspectos revelados pelo relatório e contas do ESFG é o de que Angola deu uma garantia ao BES de 4 mil milhões de euros, um compromisso que cobre 70% dos créditos do banco em Angola.

 

“A ESFG voltou a negociar em forte alta, com os investidores a reconstruírem as suas posições de compra depois de ser conhecida a garantia de Angola ao BESA”, comentou, também, o gestor da XTB Portugal Steven Santos. O BES ganhou 5,09% para os 1,341 euros.

 

No caso do ESFG, cotada que se destaca pelo fraco volume (a média dos últimos seis meses é de 72 títulos negociados por sessão), os últimos dois dias foram de forte troca de acções. Na quarta-feira, 570 mil acções trocaram de mãos, número que duplicou para 1.102 títulos na sessão desta sexta-feira (quinta-feira, os mercados estiveram encerrados devido ao feriado de 1 de Maio). O que quer dizer que houve uma forte pressão compradora, que possibilitou a forte valorização em bolsa. 

 

 

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