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Acções da Mota-Engil recuam mais 1,5% após lucros de 50 milhões

A construtora liderada por Gonçalo Moura Martins revelou esta segunda-feira que teve lucros de 50 de milhões de euros no ano passado. O valor médio estimado pelos analistas era de 59 milhões de euros. As acções arrancaram a sessão em queda.

O Haitong avalia as acções da Mota-Engil em 2,00 euros, o que implica um potencial de valorização 40%. A recomendação é de neutral.

O banco de investimento assinala que a Mota-Engil expandiu a sua actividade para África e América Latina, que são agora os seus mercados mais importantes. No final do primeiro semestre a construtora tinha uma carteira de encomendas de 4,6 mil milhões de euros, com a o mercado europeu a ter um peso de apenas 20%. O Haitong estima que a dívida líquida de 1,5 mil milhões de euros desça nos próximos tempos devido à venda da Ascendi. “Contudo, a companhia ainda não conseguiu atingir um crescimento orgânico no seu ‘cash flow’ de forma a mostrar que pode reduzir a alavancagem de uma forma sustentada”, refere o Haitong, assinalando que apesar do potencial de valorização, a recomendação é neutral devido à “necessidade de uma maior clareza sobre as encomendas em África”.
Bruno Simão
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Esta segunda-feira, 27 de Março, a Mota-Engil apresentou os seus números relativos ao ano de 2016. E, nesse período, a construtora registou lucros de 50 milhões de euros, um crescimento superior a 2,5 vezes face aos 19 milhões apurados no ano anterior.

As acções da construtora liderada por Gonçalo Moura Martins estão a reagir a estes números, tendo aberto a sessão a descer 1,66% para 1,717 euros. A Mota-Engil tem uma capitalização bolsista de mais de 414 milhões de euros e, desde o início do ano, o título avança 8,45%.


Face às previsões dos analistas, pode dizer-se que os resultados da cotada ficaram abaixo das estimativas. Se o CaixaBI anunciou na semana passada que antecipava que a construtora tivesse registado lucros de 86 milhões de euros no ano passado, outros bancos de investimento tinham previsões mais diferentes. O BPI antecipava lucros de 59 milhões de euros e o Grupo Santander um lucro de 32 milhões de euros, de acordo com os dados presentes na Bloomberg. Assim, a média destes três valores é de 59 milhões de euros, pelo que o resultado líquido anunciado ontem está abaixo das estimativas.

Resultados impulsionados pela venda de activos

A empresa liderada por Gonçalo Moura Martins afirmou no comunicado, publicado apenas em inglês na CMVM, que os lucros foram "impactados positivamente pela venda de activos", o que permitiu compensar o aumento nos custos financeiros, afectados por uma política de provisionamento conservadora. O valor das provisões não foi revelado nem o montante das mais-valias geradas pela venda de activos.


Mota-Engil, na apresentação disponibilizada, revela apenas que registou um custo financeiro global de 3 milhões de euros.

A empresa já tinha revelado o volume de negócios que confirma nesta apresentação de 2,2 mil milhões de euros, menos 9% que no ano anterior. A carteira de encomendas atingiu, no final do ano, 4,4 mil milhões de euros, o que a Mota-Engil diz que abre caminho para o regresso ao crescimento em 2017. O EBITDA em 2016 caiu, também, 9% para 334 milhões de euros.


A margem EBITDA ficou nos 15%, o que a empresa atribui "à rentabilidade forte na Europa e África".


A dívida líquida teve uma redução de 296 milhões de euros para 1,159 mil milhões.


Para 2017, a Mota-Engil diz esperar um crescimento no negócio com a estabilização da margem EBITDA, e estima um investimento de capital de 120 milhões de euros, incluindo a EGF.



Correcçâo: Notícia corrigida uma segunda vez para retirar o valor relativo ao Haitong.

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