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Accionistas da Semapa ganham peso com extinção de acções próprias e redução de capital social

A Semapa vai reduzir o seu capital social em 11,8 milhões de euros, ficando praticamente sem acções próprias.

31 de Março de 2015 às 23:20
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A Semapa andou a adquirir acções próprias e, agora, vai extingui-las. Com esta opção, vai reduzir o seu capital social. O que dará mais força aos actuais accionistas, entre os quais Pedro Queiroz Pereira (na foto), o presidente.

 

Uma das propostas do conselho de administração da empresa que controla a papeleira Portucel e a cimenteira Secil para a assembleia-geral de 30 de Abril é a "redução de capital e alteração estatutária".

 

A sugestão é a de passar o capital dos actuais 118.332.445 para 106.510.000 euros. É uma redução de 11.822.445 euros. O acto é conseguido através da extinção de 11.822.445 acções próprias – acções da Semapa que estão nas suas mãos, ou seja, não estão distribuídas por accionistas.

 

Assim, são eliminadas 11.822.445 das 11.827.975 acções próprias existentes – a Semapa passa a controlar apenas 5.530 acções próprias. Actualmente, as acções próprias representam mais de 9,99% de todo o capital. E nenhuma empresa pode ter mais de 10% das suas acções nas suas próprias mãos. Ou seja, mantendo a actual estrutura, a companhia estava bastante limitada nessas compras.  

 

"É importante manter a possibilidade de voltar a adquirir acções próprias (…) sempre que for entendido conveniente", considera a Semapa na proposta enviada através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. A empresa fez uso dessa possibilidade no último ano – mais de 6,3 milhões de acções próprias foram adquiridas num único dia de Setembro. Um dos factores positivos na compra de acções próprias é a criação de pressão compradora, ou seja, consegue-se elevar o preço dos títulos, sem que sejam os próprios accionistas ou investidores a comprar.

 

Com uma redução do capital social, os actuais accionistas vão ganhar peso percentual (pelo contrário, num aumento de capital, os accionistas perdem posição relativa). Por exemplo, o CEO, Queiroz Pereira, tem, através da Sodim e de outras sociedades, mais de 56 milhões de acções da Semapa, ou seja, 49% do total. Com o novo capital social, essa percentagem sobe para perto de 55%.

 

O mesmo acontece com os restantes accionistas: o BPI também sobe a sua participação para mais de 11%, a Bestinver aproxima-se dos 7% e o Norges Bank ultrapassa os 5%.

 

Na sequência desta alteração, o número de acções a que corresponde um voto diminui: passa de um voto por 385 acções para um voto por 100 acções.

 

A Semapa garante que esta redução de capital "não põe em causa os limites de conservação do capital" e assegura que não resultam "inconvenientes para a sociedade e para a sua actividade".

 

A empresa fechou esta terça-feira a negociar nos 12,44 euros, com uma desvalorização de 0,56%.

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