Notícia
A semana em oito gráficos: bolsas e petróleo afundam na pior semana desde 2008
As bolsas mundiais afundaram esta semana, com os receios em torno do impacto do coronavírus a pesarem cada vez mais.
Europa pintada de vermelho
As bolsas do Velho Continente registaram a pior semana em 11 anos e meio, castigadas pelos receios dos investidores perante o coronavírus, o que os fez desviar para ativos considerados mais seguros. As principais praças europeias perderam mais de 10%. De acordo com contas da Bloomberg feitas ainda durante a negociação bolsista de sexta-feira na Europa e nos Estados Unidos, o medo relativamente ao surto do coronavírus tirou 5 biliões de dólares aos mercados na semana, uma das piores desde a crise financeira internacional de 2008.
PSI-20 mergulha 11,53%
O índice de referência nacional acompanhou o mau desempenho das principais praças da Europa Ocidental, com uma queda de 11,53% na semana, o que coloca a descida do PSI-20 desde o início do ano em 8,60%. Na sexta-feira, desceu para mínimos de agosto, naquela que foi a maior queda diária desde o dia seguinte ao referendo do Brexit.
Mota-Engil com maior descida em Lisboa
No PSI-20, a Mota-Engil foi o título que mais terreno perdeu na semana, com uma desvalorização acumulada de 18,02%. As 18 cotadas do índice de referência nacional tiveram um desempenho negativo no conjunto das cinco sessões, sendo o BCP um dos títulos que mais pressionou, com um recuo de 14,43%.
TUI com o pior desempenho do Stoxx600
A companhia alemã TUI AG, que opera no setor do turismo, foi a cotada do índice de referência europeu Stoxx600 que mais caiu no agregado da semana, ao recuar 29,49%. A pressionar as cotações da operadora de turismo estiveram as más perspetivas para o setor numa altura em que o coronavírus trava muitas viagens. O Stoxx600 recuou 12,25% na semana, a pior performance semanal desde outubro de 2008. Na semana, apenas duas cotadas deste índice conseguiram fechar no verde: NMC Health e SEB.
Flir Systems lidera perdas no S&P 500
A liderar a tabela de piores “performers” do índice Standard & Poor’s 500 nesta semana esteve a Flir Systems, com uma cedência de 27,44% no cômputo de segunda a sexta-feira. A empresa norte-americana, especializada no design e produção de câmaras de imagem térmica, componentes e sensores de imagem, foi penalizada pelo facto de ter reportado lucros e receitas do quarto trimestre abaixo do esperado.
Libra pressionada em duas frentes
Também nos mercados cambiais se fez sentir a epidemia do Covid-19. Moedas como o euro, libra e dólar têm sido pressionadas, muito especialmente nas últimas sessões, pelos receios dos investidores em relação ao coronavírus, sendo que a divisa britânica também perdeu valor devido ao reforço da incerteza em torno da negociação da relação futura entre o Reino Unido e União Europeia. Nota positiva para o iene, que viu reforçado o seu estatuto de ativo de refúgio (a par com o franco suíço), se bem que no conjunto da semana o euro e a nota verde tenham conseguido saldo positivo frente à moeda japonesa.
Petróleo com pior semana em mais de 11 anos
O Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para a Europa, desvalorizou 13,69% a semana, o pior registo semanal desde que, em outubro de 2008, perdeu mais de 21%. Foi penalizado por uma diminuição da procura devido ao coronavírus, isto numa altura em que a oferta de matéria-prima é excedentária, e na sexta-feira negociou em mínimos de 14 meses.
Juros dos EUA em mínimos históricos
Os juros da dívida soberana nos EUA com maturidade a 10 anos caíram para mínimos históricos, com a "yield" a descer quatro pontos base para 1,22% na sessão de sexta-feira. Os receios dos investidores quanto ao impacto do coronavírus (Covid-19), numa altura em que a epidemia continua a intensificar-se rápida e amplamente fora do seu país de origem, a China, continuam a minar o otimismo dos investidores – que estão a preferir investir nos chamados ativos-refúgio, como as obrigações e algumas divisas (caso do iene e do franco suíço), em detrimento das ações. Na Europa, as Bunds tiveram igual comportamento, com os juros da dívida alemã a 10 anos a caírem na última sessão da semana para mínimos de 2012.
29 de Fevereiro de 2020 às 09:30
Os mercados acionistas de todo o mundo registaram um saldo semanal fortemente negativo, devido aos receios em torno do impacto económico do coronavírus, numa altura em que esta epidemia se alastra rápida e amplamente fora da China.
Na Europa e nos EUA, as bolsas registaram a pior semana desde a crise financeira de 2008. Também o petróleo foi arrastado pela epidemia, a negociar em mínimos de mais de 11 anos.