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IMF – Mercado laboral dos EUA justifica mais subidas de taxas

Credit Suisse anunciou recompra de dívida; Mercado laboral dos EUA surpreendeu pela positiva; Petróleo disparou com corte da OPEP; Ouro com ganhos ligeiros.

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| No meio da controvérsia, Credit Suisse tenta acalmar investidores com recompra de dívida

O Credit Suisse tem sido um dos principais destaques dos últimos meses. O banco – um dos maiores da Europa – já teve de angariar capital através de obrigações especiais, suspender a recompra de ações, cortar os seus dividendos e renovar a sua gestão depois de perder mais de 5 mil milhões de dólares devido ao colapso da empresa de investimento Archegos em março de 2021. Desde então, o banco tem estado envolvido em algumas controvérsias, pesando sobre a cotação das ações, que se encontram em tendência de queda. Nos últimos dias, o sentimento de desconfiança intensificou-se, após os Credit Default Swaps (CDS) a 5 anos do Credit Suisse terem atingido máximos de 20 anos. Os CDS atuam, de certa forma, como um contrato de seguro que protege o investidor contra o incumprimento do emitente, pelo que o facto de estes se encontrarem em níveis elevados realça os receios por parte dos obrigacionistas do banco. Numa tentativa de acalmar o mercado, o Credit Suisse anunciou que irá proceder à recompra de dívida num montante de até 3 mil milhões de francos suíços (um pouco mais de 3 mil milhões de euros). O movimento diminui o peso da dívida do banco suíço e é uma tentativa de reforçar a confiança depois de quedas abruptas no preço das suas ações e obrigações. Rumores de que o futuro do banco estava em risco têm vindo a circular e também preocupações de que poderá precisar de angariar milhares de milhões de francos em capital fresco.

A nível técnico, a análise das ações do Credit Suisse acaba por ser relativamente clara. A cotada tem tido um desempenho bastante fraco já há alguns anos, recuando de níveis em torno dos 25 francos em 2015 para níveis abaixo dos 5 francos atualmente. A tendência é de queda e não há sinais de que esteja para se alterar tão cedo.

| Mercado laboral norte-americano oferece mais "munições" para a Fed subir taxas

A economia norte-americana criou 263 mil postos de trabalho em setembro. Este número representa uma quebra face aos 315 mil de agosto, contudo, continua a ser bastante robusto, dado que o mercado laboral está cada vez mais apertado. Os números superaram os 250 mil esperados pelos analistas e contribuíram para que a taxa de desemprego recuasse de 3,7% para 3,5%. Para além disto, os rendimentos médios dos trabalhadores aumentaram 0,3%. Em suma, os números foram positivos e oferecem "munições" para que a Fed dê continuidade à sua estrstégia de aperto da política monetária por mais tempo e que volte a realizar um incremento de 75 pontos base (pb) à sua taxa de juro de referência na próxima reunião. O mercado laboral tem resistido aos juros mais elevados e às condições financeiras mais restritivas, com os analistas a indicarem as empresas estão relutantes em despedir trabalhadores na sequência de dificuldades de contratação no ano passado.

O Eur/Usd, após as quedas sucessivas ao ponto de ter renovado mínimos de 20 anos - $0,9537, iniciou a semana passada em alta, aproximando-se sustentadamente da paridade. No entanto, as perspetivas continuam negativas para todo o horizonte temporal, sendo esperado que o próximo suporte se situa na zona dos $0,95.

| Petróleo com semana de fortes ganhos após corte da OPEP

O petróleo teve uma semana de fortes ganhos, alcançando níveis não visto desde meados de setembro. Os preços do "ouro negro" foram impulsionados pela decisão da OPEP e dos seus aliados, que anunciou um corte de produção de 2 milhões de barris por dia a partir de novembro. Esta decisão surge antes de um embargo da União Europeia ao petróleo russo, que irá apertar o abastecimento num mercado já de si apertado.

A nível técnico, o crude deu seguimento aos ganhos da semana anterior, tendo na sexta-feira já começado a testar o nível dos $90/barril. Sucesso a este teste abriria caminho a uma nova subida aos $100. Contudo, ainda não é certo que tal se verifique, permanecendo os $80 como o próximo suporte.


| Ouro registou melhor semana desde março

O ouro teve a melhor semana desde março, suportado por um dólar um pouco mais fraco. Enquanto o ouro é considerado uma cobertura contra a inflação, as taxas mais elevadas dos EUA reduzem a atração do ouro – um ativo que não proporciona rendimento diretamente - e impulsionam o dólar. Contudo, o terreno perdido pela divisa norte-americana na última semana acabou por oferecer aos preços.

O ouro vem a apresentar uma tendência de queda desde meados de março, apresentando máximos relativos cada vez mais baixos. Recentemente tem recuperado algum terreno e até testou a linha de tendência descendente (vermelho). Contudo, não obteve sucesso e espera-se que retome as perdas no curto prazo.


As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.

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