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Grupo Mundicenter com forte resiliência face à crise

• Estrutura financeira sólida, empreendimentos de qualidade e moderação nos investimentos garantem resiliência • Rating dos programas de papel comercial mantém-se em A-1, com tendência estável

05 de Agosto de 2011 às 11:25
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Emitentes1) e 3) Amoreiras Center – Sociedade Imobiliária, S.A.2) e 3) Mundicenter S.G.P.S., S.A. 3) Urbaminho – Urbanizações do Minho, S.A.
Operações1) Papel Comercial – Até 40,0 milhões de euros2) Papel Comercial – Até 20,0 milhões de euros3) Papel Comercial – Até 5,0 milhões de euros
Notações1), 2) e 3) A-1, com tendência estável.
Data das Notações3 de Agosto de 2011


Dada a manutenção de uma performance operacional satisfatória, num contexto económico-financeiro nacional extremamente desafiante, de uma estrutura financeira sólida, de uma carteira de empreendimentos de qualidade e de uma estratégia de investimento marcada pela prudência a Companhia Portuguesa de Rating, S.A. é de opinião que a capacidade da Mundicenter S.G.P.S., S.A. (Mundicenter SGPS), da Amoreiras Center - Sociedade Imobiliária, S.A. (Amoreiras Center) e da Urbaminho – Urbanizações do Minho, S.A. (Urbaminho) para satisfazerem os compromissos financeiros decorrentes das emissões ao abrigo dos programas de papel comercial de que são emitentes e que são sujeitos a follow-up continua a ser muito forte, pelo que lhes mantém a notação A-1, com tendência estável.

Definhamento da economia nacional
A situação económico-financeira nacional acentuou a sua tendência de degradação nos últimos meses, culminando no pedido de auxílio financeiro externo por parte de Portugal, que se materializou em ainda maior imposição de medidas de austeridade, fortemente penalizadoras do rendimento disponível dos consumidores. Este deverá ser um processo longo e que envolverá, com grande probabilidade, ainda maiores restrições do rendimento disponível dos portugueses e agravamento de problemas sociais, nomeadamente do desemprego. Naturalmente o comércio sentiu fortemente esta situação, com quebras significativas de tráfego e de vendas, e continuará a ser dos sectores mais afectados pelo definhamento da economia portuguesa.

Os centros comerciais do Grupo Mundicenter demonstraram uma actractividade superior à média, com destaque para o desempenho muito positivo do Braga Parque e do Spacio Shopping, a recolherem os benefícios das suas ampliações / remodelações, permitindo que o volume de negócios do Grupo aumentasse 4,1%, para 74,1 M€ em 2010. Este incremento do volume de negócios foi acompanhado pela redução de custos, tanto a nível operacional, como a nível financeiro. Como corolário da boa performance operacional e financeira o resultado líquido consolidado do Grupo Mundicenter aumentou 17,9%, para 16,7 M€, o que representa uma rendibilidade do volume de negócios de 22,6% (mais 2,7 pp do que em 2009) e uma rendibilidade do capital próprio de 9,8% (mais 0,8 pp do que em 2009).

Estrutura financeira a melhorar

O activo consolidado do Grupo Mundicenter estabilizou entre o final de 2009 e o final de 2010, fixando-se nos 402,5 M€ nesta última data, com o forte crescimento das disponibilidades, que mais do que compensou as quebras do activo fixo (decorrente da redução do esforço de investimento, que passou de 37,3 M€ registados em 2009 para 8,4 M€ em 2010, fundamentalmente direccionados para a conclusão da remodelação do Braga Parque) e do activo cíclico. Em termos de estrutura financeira destacam-se a descida de 5,1%, para 196,9 M€, na dívida financeira (que continua distribuída por um conjunto alargado de instruções) e o incremento de 3,2 pp, para 42,3% na autonomia financeira (caso este indicador fosse calculado com o endividamento líquido das disponibilidades e considerando como capitais próprios os direitos de ingresso já recebidos de lojas em exploração ascenderia no fim de 2010 a 47,1%, face a 42,7% no final de 2009).

Para 2011, dado o agravamento da conjuntura económico-financeira nacional e as perspectivas de ainda maior agravamento, o Grupo Mundicenter reviu o seu orçamento em baixa, prevendo actualmente que os proveitos operacionais ascendam a 75,0 M€, valor muito próximo do verificado em 2010. Esta revisão em baixa encerra um grau elevado de prudência por parte do Grupo, que nos primeiros cinco meses do ano registou uma performance positiva face ao homólogo, conjugado com o efeito do atraso no processo de remodelação e relançamento do Odivelas Parque. A contenção de custos e a moderada, face ao contexto de mercado, degradação dos resultados financeiros deverá permitir que o resultado antes de impostos ascenda aos 23,5 M€, face aos 23,9 M€ de 2010.


Esforço de investimento vai ser mais moderado
Em termos de investimento o período 2011-2014 deverá ser marcado fundamentalmente pela expansão do Oeiras Parque e pelas obras de manutenção do Amoreiras Shopping Center e do Odivelas Parque. Num contexto de agravamento da situação económico-financeira nacional o Grupo decidiu manter estes projectos por os considerar essenciais para aumentar a competitividade destes três espaços comerciais. Mesmo assim, o esforço de investimento anual previsto pelo Grupo para os anos mais próximos (15,0 M€ em 2011 - até 2 de Junho tinham sido concretizados 3,0 M€ - e 17,7 M€ em 2012) representa um forte decréscimo face ao anterior plano de investimento do Grupo.

Apesar da solidez da quase totalidade dos empreendimentos que o Grupo explora (a excepção, que o Grupo está empenhado em resolver em 2011 é o Odivelas Parque), o contexto extremamente negativo da economia nacional não deixará de ter consequências sobre o Grupo Mundicenter, apresentando-se como riscos mais relevantes:

- a continuação da actuação do Estado no sentido de tomar mais medidas que penalizem o rendimento disponível dos consumidores, levando assim a reduções cada vez mais acentuadas no consumo e ao agravar da recessão económica;

- a redução do financiamento à economia por parte do sector financeiro, o que poderá ter impacto directo em termos de acesso do Grupo a financiamento (um cenário menos provável, dada a sua solidez) e impacto indirecto em termos de aumento dos atrasos e incumprimentos por parte dos arrendatários (um cenário mais provável, embora seja de salientar que uma parte substancial dos espaços comerciais que o Grupo opera estão ocupados por grandes grupos multinacionais).

Em 2011 o Grupo terá que realizar reembolsos de empréstimos de médio e longo prazo de 32,1 M€, dos quais 14,1 M€ já foram realizados no primeiro semestre do ano, a que acrescerão 31,0 M€ em 2012. O Grupo não deverá apresentar dificuldades significativas no cumprimento destes reembolsos dado que as entidades financiadoras do Grupo têm demonstrado uma grande fidelidade e, nalguns casos, interesse em aumentar a sua exposição ao Grupo, que o Grupo mantém um nível muito elevado de aplicações (em torno de 40 M€), que o esforço de investimento em 2011 e 2012 será muito moderado face aos seus padrões tradicionais e à sua capacidade de geração de fundos e que o Grupo detém uma carteira de empreendimentos comerciais e de escritórios com um nível de competitividade médio muito significativo nas suas áreas de implantação, que deverá apresentar um razoável nível de resiliência aos efeitos da crise económico-financeira nacional.










www.cprating.pt
Nota: Os ratings da CPR não constituem recomendações para comprar ou vender. Esta nota não dispensa a leitura do relatório.






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