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Fundo de emergência: ficar a salvo em dias difíceis

Criar um bote financeiro de segurança para fazer face a imprevistos é uma regra essencial das finanças pessoais. Difícil é encontrar agora produtos que consigam superar a inflação para não perder poder de compra. Aprenda a criar o seu fundo anti-incerteza, sem afogar as poupanças.

22 de Janeiro de 2019 às 13:00
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1 Mantenha seis salários sempre à mão

Coloque de parte o montante equivalente a seis salários, quantia suficiente para se manter durante meio ano sem trabalhar devido a imprevistos que possam surgir (despesas inesperadas, doença, desemprego, etc.). Claro que há outras variáveis a ter em conta, como o valor do salário e o montante das despesas. Quem não tem filhos ou um crédito à habitação poderá não necessitar de um montante tão elevado como outra pessoa que, usufruindo do mesmo salário, tenha esses mesmos encargos. Por isso, use como referência o montante necessário para se sustentar durante seis meses. Mas não basta pôr de lado este montante, deve também rentabilizá-lo de forma a não perder poder de compra. É importante que esse montante esteja sempre disponível. Tal não significa que o deva ter em casa guardado numa gaveta ou no colchão porque, com a subida generalizada dos preços - a inflação, dentro de algum tempo o seu dinheiro valeria bastante menos. Além da rentabilidade, é igualmente importante ter em conta a segurança e a liquidez dos produtos escolhidos. Sugerimos depósitos até um ano e Certificados de Aforro.


2 Depósitos (quase) anti-inflação

Os produtos nos quais deve aplicar esse montante devem ter elevada liquidez, de forma a poder resgatar a qualquer altura e sem custos. Depósitos que não permitam a mobilização antecipada são de evitar (por exemplo, os depósitos estruturados). Também são de evitar os produtos que não garantam o capital ou que estejam sujeitos a alguma variável incerta. Por exemplo, os depósitos em moeda estrangeira sem cobertura cambial apesar de estarem protegidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos, estão sujeitos à variação cambial e, por isso, o capital não está garantido em euros. Mas não aceite qualquer depósito, pois todos os bancos estão a remunerar abaixo da inflação prevista para 2018 e 2019 (1,5 %, segundo o Banco de Portugal). Se tivermos em conta que, a maioria das aplicações de poupança rende menos de 1 %, é quase certo que as poupanças aplicadas em ativos de elevada liquidez vão desvalorizar em termos reais. Atualmente, para um depósito a um ano, as taxas variam entre 0 e 0,9 % líquidas. Há melhores taxas, mas são prazos mais curtos e geralmente destinadas a novos clientes: Banco Privado Atlântico Europa, Best Bank, Banco BiG e Banco Carregosa remuneram os novos clientes a 1,44 % líquidos num depósito promocional a três meses. Assim, se não for cliente de nenhum destes quatro bancos, pode, durante um ano, passar o dinheiro por cada um destes bancos ao abrir conta em cada um deles e transferindo o seu fundo de maneio para assim usufruir da remuneração destas 4 contas promocionais para novos clientes. No final do ano conseguiria uma taxa líquida média de 1,4 %. E nenhum destes quatro bancos cobra comissões de manutenção da conta. Pode não ser uma solução muito prática, mas é a única que conhecemos que, através de depósitos, quase lhe permitiria contornar a inflação. Consulte o comparador dos depósitos em deco.proteste.pt/investe/depositos-a-prazo.


3 Certificados, a alternativa light

Os Certificados de Aforro rendem apenas 0,5 % líquidos, para quem subscrever em novembro, ficando aquém dos depósitos promocionais. Mas o rendimento depende da Euribor, pelo que, se esta começar a subir, poderão tornar-se mais interessantes. Apresentam a garantia do Estado, não cobram comissões e facilmente são convertidos em liquidez. Quem já tem as séries antigas (A ou B), deverá manter pois estão a render 2 % líquidos. Já os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC) têm taxa de juro anual crescente, entre 0,5 e 1,6 % líquida, mas não têm liquidez nos primeiros doze meses. Assim, nunca crie um fundo de emergência apenas com CTPC, pois não poderá mexer no dinheiro durante um ano, mas podem ser um complemento.


4 Diversifique, mas com prudência

Uma regra de ouro das poupanças é diversificar. Por isso, a menos que consiga negociar uma boa taxa para o montante total do seu fundo de emergência, reparta o dinheiro por mais do que um produto, sempre dentro do universo das aplicações que apresentam as melhores taxas. Produtos sem capital garantido, como fundos de investimento, ações, obrigações e produtos estruturados, devem ser afastados do seu fundo de emergência, tal como os depósitos que não permitem mobilização antecipada. Cumprido o objetivo de constituir o seu fundo de maneio que lhe permitirá fazer face a imprevistos, o capital excedente que pode investir por vários anos, deverá ser aplicado numa estratégia de longo prazo que lhe permitirá aceder a uma melhor rentabilidade. Veja as nossas estratégias em deco.proteste.pt/investe/estrategias.


Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.


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