Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

"Exchange traded funds": Ganhe com a descida da bolsa

O mau momento dos mercados também permite retirar bons lucros. Se quiser arriscar, pode negociar ETF específicos.

09 de Novembro de 2015 às 11:17
  • 1
  • ...
Sabia que há produtos financeiros que tornam possível ganhar dinheiro com a descida das bolsas? É verdade. Para conseguir ganhos com a evolução dos mercados não é essencial que as cotações subam. Mas tenha em atenção, que este tipo de abordagem encaixa sobretudo na categoria da especulação e é, em grande medida, incompatível com as estratégias e os conselhos habitualmente apresentados pela PROTESTE INVESTE. Por outras palavras, na análise destas páginas iremos encarar as bolsas de uma forma bem distante do investimento racional e prudente, e onde a designação da rubrica, "Risco", é bastante ilustrativa.

O que são?
A nossa "proposta" incide num produto financeiro bastante simples: os ETF ("exchange traded funds" - fundos negociados em bolsa). Estes já foram alvo de várias das nossas análises e são conhecidos por replicar fielmente a evolução dos índices de bolsa sendo, por vezes, uma alternativa aos tradicionais fundos de investimento. Contudo, há ETF que foram elaborados para replicar o comportamento das bolsas, mas na direção oposta! Estes incluem na sua designação termos ingleses como "short", "bear" ou "reverse". Em português podemos denominá-los de ETF "curtos".

Como funcionam?
Por exemplo, se numa determinada sessão, o índice norte-americano de ações S&P 500 registar uma perda de 1%, um ETF "short", sobre este índice, irá valorizar-se cerca de 1%. E, claro, se o S&P 500 avançar 1%, esse ETF "short" perde 1%. É uma forma simples e direta de conseguir obter ganhos quando as bolsas apresentam quedas (e perdas quando os mercados sobem). Há ETF "short" dedicados aos índices das principais bolsas mundiais, mas também sobre setores económicos e matérias-primas. No quadro apresentamos três exemplos e no comparador do portal financeiro encontra a nossa seleção na categoria Ações - Curto.

Onde transacionar?
À semelhança das ações, os ETF têm de ser comprados/vendidos em bolsa através de um banco ou corretora que possibilite o acesso aos mercados onde sejam negociados (bolsas de Frankfurt, Paris, Nova Iorque, etc.). As comissões de transação tendem a ser idênticas às praticadas para as ações estrangeiras e pode beneficiar das condições favoráveis do nosso protocolo de corretagem online com a GoBulling. Também os supermercados de fundos tradicionais, como o ActivoBank, Best Bank e BiG, dispõem de uma seleção de ETF "short".

Para evitar enganos, dado que existem ETF com designações muito idênticas, deve saber os códigos ISIN daqueles que pretende negociar (consulte-os em deco.proteste.pt/investe). É importante que acompanhe e se familiarize com a evolução do ETF antes de avançar efetivamente para qualquer transação.

Quando investir?
Não há falta de um produto simples para ganhar com as quedas dos mercados: há inúmeros ETF "short". O grande desafio é conseguir antever com exatidão quando a bolsa irá registar um mau momento e durante quanto tempo. Não há consenso sobre a fiabilidade das metodologias que pretendem prever o comportamento das bolsas a curto prazo. Por isso, a decisão de compra de um ETF "short" residirá, sobretudo, num palpite por parte do investidor. Também é verdade que a expectativa de queda não precisa de se confirmar no imediato. É possível manter o ETF "short" durante algum tempo até que o palpite se revele acertado. Contudo, essa posição tem duas (arriscadas) desvantagens. Por um lado, dada a tendência de subida dos mercados a longo prazo, manter este tipo de ETF por um largo período de tempo pode levar apenas ao acumular de prejuízos e afastar para sempre a possibilidade de sequer recuperar o capital investido. Por outro, como os ETF "short" replicam o inverso das variações diárias, os ganhos/perdas acumulados vão-se afastando da evolução do índice subjacente. Se, por exemplo, comprar e mantiver um ETF "short" durante um ano e a bolsa respetiva perder 10%, o seu ganho poderá ser muito diferente desse valor (ver quadro Eurostoxx 50). O mesmo acontece se a bolsa subir 10% num período longo, situação em que as suas perdas poderão ser superiores. Por outras palavras, os ETF "short" são pouco adequados para fazer "apostas" de queda a longo prazo. A replicação +1%, -1%, que funciona diariamente, vai-se distorcendo com o passar do tempo em que detém o ETF.

Cuidados a ter... com a especulação
Se pretende dar largas à sua costela de especulador, os ETF "short" são o instrumento mais adequado para iniciar a sua carreira, mas é importante ter a consciência de que especular não é investir. No momento atual de maior volatilidade dos mercados pode ser tentador ganhar com as quedas, mas estamos no campo dos palpites. Se as bolsas voltarem a subir, retomando a sua tendência de longo prazo, o detentor de um ETF "short" vai perder dinheiro. Mais do que em outras opções especulativas, fixe à partida uma meta para o ganho que pretende e para a perda que está disposto a assumir. Se a evolução do ETF "short" atingir essas barreiras, venda de imediato. Mas atenção aos ETF alavancados, os chamados "leveraged" (ultra, 2x, 3x). Nestas variantes, os ganhos/perdas do investidor são amplificados, o que torna esta categoria de ETF ainda mais arriscada. Fique afastado deste tipo de produtos. Leia bem a ficha técnica.



Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio