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Biden pede reunião a Mácron sobre fim de contrato para Austrália adquirir submarinos
O Presidente norte-americano, Joe Biden, pediu uma reunião com o seu homólogo francês Emmanuel Mácron, após a Austrália ter rompido um mega-contrato para submarinos franceses, anunciou o porta-voz do Governo francês.
Joe Biden anunciou na noite de quarta-feira uma parceria estratégica com o Reino Unido e a Austrália, fornecendo submarinos com propulsão nuclear a Camberra.
Camberra comprometeu-se em 2016 a comprar 12 submarinos à francesa Naval Group por um valor de 34 mil milhões de euros, num apelidado "contrato do século", e o revés do contrato, anunciado pelo primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, a partir da Casa Branca na quarta-feira, causou ondas de choque em terras gaulesas.
Na altura, Scott Morrison anunciou o fim deste contrato, entregando a encomenda aos Estados Unidos.
Os australianos terão justificado a mudança por preferirem agora submarinos a propulsão nuclear, uma tecnologia que o Naval Group não tem capacidade de produzir. No entanto, para a maioria dos observadores, é uma questão política e geoestratégica, com a Austrália a aproximar-se dos parceiros anglófonos.
O Naval Group, que tem uma participação de 62% do Estado francês, já disse que vai pedir uma indemnização, para a qual ainda não há uma estimativa de valor.
Além do contrato para a compra de material de Defesa, o contrato com a França incluía também uma parceria estratégia entre os dois países que deveria durar 50 anos.
Primeiro-ministro australiano: "Não me arrependerei"
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, respondeu também este domingo às acusações da França de que Camberra tinha mentido sobre a sua intenção de quebrar um contrato para comprar submarinos franceses, dizendo que tinha levantado preocupações sobre a questão "há alguns meses".
"Penso que teriam tido todas as razões para saber que tínhamos reservas profundas e sérias de que as capacidades do submarino da classe Attack não satisfaziam os nossos interesses estratégicos e tínhamos deixado claro que tomaríamos uma decisão baseada no nosso interesse estratégico nacional", disse Scott Morrison durante uma conferência de imprensa em Sidney.
E acrescentou: "Não lamento a decisão de colocar o interesse nacional da Austrália em primeiro lugar. Nunca me arrependerei".
Para Scott Morrison, teria sido "negligente" ir em frente contra os conselhos dos serviços de inteligência e defesa da Austrália.