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Turismo de Portugal alvo de buscas (act.)
No centro destas buscas estará Luís Matoso, um antigo membro do conselho de administração do Turismo de Portugal, que disse ao Negócios não ser arguido. As buscas confirmadas pela PGR não visam "directamente" o Instituto, segundo o próprio.
A Polícia Judiciária realizou esta quinta-feira, 17 de Março, bucas no Turismo de Portugal. A notícia, avançada pelo Diário de Notícias (DN), foi entretanto confirmada ao Negócios por fonte oficial do instituto.
A publicação concretiza que os inspectores da Unidade Nacional contra a Corrupção recolheram documentação sobre contratos e adjudicações ligados à promoção do turismo português no estrangeiro. O Brasil será o foco da questão.
O DN esclarece que no foco das suspeitas estará um ex-elemento do conselho de administração do Turismo de Portugal. O mesmo terá distribuído adjudicações por empresários que lhe eram próximos.
Segundo apurou o Negócios, o alvo das investigações pertenceu ao anterior conselho de administração do organismo. O perfil corresponde a Luís Matoso, que assumia a pasta da promoção externa do Turismo de Portugal. Uma das suas prioridades era o reforço de ligações com o mercado brasileiro, o foco desta investigação.
Em comunicado, o Turismo de Portugal refere que "não é directamente visado" nas investigações em curso. "O organismo manifestou a sua total disponibilidade e colaboração com as autoridades, de acordo com os valores do rigor e transparência que regem a sua actividade", acrescentou.
O Turismo de Portugal é actualmente liderado por Luís Araújo, depois do pedido de demissão apresentado por João Cotrim de Figueiredo.
Ao Negócios, Luís Matoso explicou que a denúncia partiu de um ex-funcionário do Turismo de Portugal, que já foi ouvido pelas autoridades e confirma não ser arguido neste processo.
Crimes de corrupção, abuso de poder e participação económica em negócio
Ao final da tarde, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou a realização de buscas no Turismo de Portugal.
"Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de corrupção, abuso de poder e participação económica em negócio", explicou a organização.
A PGR reforça que os factos em investigação estão relacionados com contratos de adjudicação relativos a eventos realizados no Brasil.
O inquérito encontra-se em segredo de justiça e, até ao momento, o processo não tem arguidos constituídos.
(Notícia actualizada às 18:47 com referência a Luís Matoso como alvo das buscas, actualizada novamente às 20:02 com lista de crimes avançada pela PGR. Novamente actualizada às 21:00 com declaraçõe de Luís Matoso)