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Turismo europeu vai continuar a recuperar em 2022, mas a ritmo mais lento

Comissão Europeia de Viagens diz que turismo no velho continente vai manter-se resiliente em 2022, apesar da incerteza da pandemia e da guerra. Visitantes internacionais devem ficar 30% abaixo dos níveis de 2019.

O setor dos serviços, em concreto o turismo, terá dado um contributo muito positivo ao PIB no primeiro trimestre.
João Cortesão
11 de Maio de 2022 às 11:27
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O turismo na Europa vai continuar na rota da recuperação em 2022, embora a um ritmo mais lento do que o previsto anteriormente, em face da incerteza devido à pandemia e à guerra, antecipa a Comissão Europeia de Viagens (ETC, na sigla em inglês) no mais recente relatório trimestral.

Se, por um lado, se projeta que as viagens domésticas no velho continente recuperem por completo este ano, por outro, prevê-se que as chegadas internacionais à Europa fiquem 30% abaixo dos níveis pré-pandemia e que não os venham a ultrapassar antes de 2025.

Segundo o boletim "Tendências e perspetivas do Turismo Europeu", apesar de continuar em terreno negativo, os dados acumulados dos primeiros três meses do ano mostram que em todos os destinos analisados se estima que o número de chegadas tenha sido 43% inferior, num base ponderada, comparando com 2019, o que ainda assim traduz uma melhoria face ao declínio superior a 60% registado no trimestre anterior.

Com base nos dados reportados em fevereiro, Sérvia (-11% face a 2019) e Turquia (-12% face a 2019) foram os países com níveis de recuperação mais rápidos. Segue-se a Bulgária (-18%), Áustria (-33%), Espanha e Mónaco (ambos com -34%) e Croátia (-37%).

"Durante a pandemia, o setor do turismo europeu tornou-se hábil em lidar com incertezas e desafios. O setor está a recuperar de uma forma constante da covid-19 e há motivos para otimismo. No entanto, o turismo europeu terá que manter essa coragem ao longo do ano à medida que a Europa continua a sofrer com as consequências significativas do conflito russo-ucraniano em curso", diz o presidente da ETC, Luís Araújo, lançando um apelo às instituições da União Europeia para que "continuem a fornecer ajuda financeira suficiente e oportuna e outros apoios ao setor, especialmente para destinos fortemente dependentes do turismo da Rússia e da Ucrânia".

Segundo o relatório da ETC, que representa 34 organizações nacionais de turismo na Europa, a pandemia mantém-se como o principal fator na hora de influenciar os planos de viagem dos consumidores. Não obstante, as vacinas, assim como os protocolos de saúde têm feito com que os viajantes internacionais hesitem menos em visitar a Europa e com um alívio de restrições, como o fim da obrigatoriedade de apresentação de um teste negativo à covid-19 em muitos países, a Europa Ocidental perfila-se para se tornar na região com melhor desempenho em termos globais este ano, apesar de as previsões indicarem que ficará 24% abaixo dos níveis de 2019.

Os Estados Unidos mantêm a melhor performance enquanto mercado de viagens de longo curso, com a média anual de crescimento dos Estados Unidos para a Europa a atingir 33,6% no período 2021-2026. À luz das previsões, o maior incremento vai ser registado no norte do velho continente (+41,5%).Independentemente dos números, em 2022, as deslocações transatlânticas entre os Estados Unidos e a Europa vão continuar a ser um dos principais impulsionadores da recuperação do setor de viagens europeu.

Em sentido inverso, continua a não existir sinais de quando podem os visitantes chegados da China voltar a níveis pré-pandemia. A China, a maior fonte de turistas, vive atualmente a braços com um surto da variante Omicron em grandes cidades, como Xangai, onde as autoridades impuseram confinamentos severos e a testagem em massa e obrigatória de milhões de pessoas para tentar conter a propagação do vírus. 

Segundo a ETC, mais de 50% dos destinos viram declínios superiores a 90% nas chegadas de turistas da China comparando com 2019.

A guerra na Ucrânia, que estalou a 24 de fevereiro com a invasão da Rússia, também vai ter impacto, desde logo na redução das viagens de turistas oriundos dos dois mercados, com os países vizinhos e sobretudo os mais dependentes de ambos a serem os mais afetados no curto prazo.

Segundo a ECT, o conflito vai, aliás, adiar a recuperação na Europa de Leste para 2025, prevendo-se que, este ano, o número de visitantes seja 43% inferior ao registado em 2019. 

O impacto da guerra pode prejudicar principalmente destinos como Chipre, Montenegro, Letónia, Finlândia, Estónia e Lituânia, onde os russos representaram pelo menos 10% do total de viajantes em 2019.

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