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Residentes no Porto aplaudem turismo mas exigem limites ao número de turistas

Apenas 4% dos residentes na Área Metropolitana do Porto consideram que o turismo tem efeitos negativos na cidade Invicta, com a maioria a acreditar que o setor tem um impacto inflacionista nos preços praticados.

08 de Janeiro de 2024 às 12:43
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Para 3% dos residentes na Área Metropolitana do Porto (AMP), o turismo tem sobretudo efeitos negativos na cidade Invicta, havendo mesmo 1% que diz que só traz efeitos negativos. Mas a maioria discorda desta tendência negativa, com 25% a verem só efeitos positivos para o Porto, enquanto 44% admitem que o turismo tem efeitos positivos e negativos.

 

Estas são algumas das conclusões do estudo "Sustentabilidade Económica do Turismo no Porto" realizado pelo ISAG-European Business School (ISAG-EBS) em parceria com o Centro de Investigação em Ciências Empresariais e Turismo da Fundação Consuelo Vieira da Costa (CICET-FCVC), que resultou da aplicação de inquéritos por questionário e incidiu sobre uma amostra de 678 residentes na AMP.

 

Numa escala de concordância de 1 a 5 valores, os inquiridos foram convidados a avaliar os principais contributos do setor para a economia do Porto, tendo considerado que é importante em termos económicos (4,35), uma das principais fontes de rendimento para o desenvolvimento (4,17) e que o aumento dos rendimentos da população está relacionado com o desenvolvimento do setor (3,67), realça a promotora do estudo, em comunicado.

 

A capacidade do turismo na captação de investimento (4,11) e a criação de emprego para a população local (4,09) são também destacadas, admitindo que a diminuição da atividade fará com que um grande número de habitantes perca o seu posto de trabalho (3,83).

 

Os inquiridos consideram, também, que o aumento dos impostos relacionados com o setor contribui para o aumento das receitas públicas (3,73) e que a população local está motivada para criar negócios no setor (3,66).

 

Concordam que o setor tem um impacto inflacionista nos preços praticados na cidade (3,84), mostram um certo grau de discordância perante a afirmação de que o artesanato é vendido a preços justos (2.79), tal como as refeições e das bebidas (2,61) e os produtos locais (2,56), e tendem a discordar que o "preço global do alojamento/habitação é justo" (2,08).

 

"Nesse sentido, defendem que o Governo e/ou o município devem tomar medidas restritivas para evitar subidas de preços (4,25), assim como para preservar o ambiente e conservar os recursos turísticos (3,94). E tendem a concordar que se devem impor limites ao número de turistas no Porto (3,01)", conclui o estudo do ISAG-EBS.

90% dos turistas tencionam regressar e recomendar o Porto a amigos e familiares

 

Tendo por base a amostra de 223 residentes fora da AMP ou no estrangeiro, o mesmo estudo avaliou o impacto económico e turístico gerado no Porto, tendo concluído que, dentro deste universo de inquiridos, 77% afirmaram estar em turismo na cidade, tendo passado, em média, 4,7 noites, com a maioria a ficar alojada em hotel (56%), principalmente de quatro estrelas (44%), três estrelas (29%) e cinco estrelas (21%).

 

Já em alojamento local pernoitaram 21% dos inquiridos, enquanto 11% ficaram em casa de amigos ou familiares e outros 11% em hostel.

 

"Os principais fatores que estiveram na base da escolha do alojamento foram sobretudo o preço (35%), a recomendação de amigos e familiares (21%) e a notoriedade do estabelecimento (18%)", detalha o estudo, avançando que os turistas inquiridos gastaram, em média, cerca de 690 euros diários.

 

Neste valor incluem-se as despesas com alojamento (294,85 euros diários), seguido das compras ou presentes (116,62 euros diários), das refeições (115,16 euros diários), das atividades de cultura e lazer (98,49 euros diários) e, por último, das deslocações (66,57 euros diários).

 

Relativamente às atividades realizadas na cidade, as mais referidas foram as visitas ao Centro Histórico do Porto (64 %), a património/monumentos/museus (53%) e às caves do Vinho do Porto (41%), as experiências gastronómicas (40%) e de degustação de vinhos (30,94%).

Ainda segundo o mesmo estudo, o grau de satisfação geral com a visita à cidade fixou-se nos 4,3 valores, sendo que cerca de 90% dos inquiridos disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos.

 

"Compreende-se, portanto, a razão pela qual 94% tenham afirmado que tencionam recomendar o Porto a amigos e familiares e 90% tenham manifestado a intenção de repetir a visita àquele que foi considerado o Melhor Destino de Cidade do Mundo em 2022 e o Melhor Destino Europeu para Escapadela em 2023", lembra a promotora do estudo.

 

 

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