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Receitas do turismo sobem mais de 30% até junho. Preços em Lisboa e no Porto em máximos históricos

O Algarve, apesar de ter sido a única região a registar quedas nas dormidas, concentrou quase 30% dos proveitos do setor que continua a bater recordes à boleia do crescimento do número de turistas e dos preços. Os valores mais elevados das dormidas foram registados na Grande Lisboa e no Algarve.

Números de várias entidades, entre as quais a WTTC, apontam para recordes do contributo do turismo para a economia nacional em 2023.
Sérgio Lemos
14 de Agosto de 2023 às 12:15
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No primeiro semestre deste ano, os alojamentos turísticos alcançaram receitas totais de 2,5 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 31,8%. Face a 20219, representam uma subida de 38,3% de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo INE.


A evolução dos proveitos deve-se não só ao aumento dos turistas, com o Algarve a ser a única região com quedas nas dormidas, mas também ao aumento de preços. Aliás, o rendimento médio por quarto ocupado voltou a atingir máximos históricos na Área Metropolitana de Lisboa e no Norte.


Em junho, "a Área Metropolitana de Lisboa concentrou 30,8% dos proveitos totais e 32,3% dos relativos a aposento, seguindo-se o Algarve (29,9% e 28,7%, respectivamente), o Norte (15,5% e 16,1%, pela mesma ordem) e a Madeira (9,5% e 8,7%, respetivamente)", detalha o INE.

Olhando para os dados acumulados do primeiro semestre, os maiores crescimentos das receitas face a 2019 foram liderados  pelos  Açores (+53,8% nos proveitos totais), Madeira (+52,8%) e pelo  Alentejo (+47,5% ).

Esta performance foi alcançada pelo aumento do preço das dormidas. No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 78,1 euros em junho de 2023, tendo aumentado 11,6% face a igual mês do ano anterior (+24,1% em maio) e 25,8% em comparação com junho de 2019.

Os valores mais elevados foram registados na Grande Lisboa (116,7 euros) e no Algarve (88,1 euros). Mas os  maiores crescimentos ocorreram nos Açores e no Norte (+19% e +16,6%, respetivamente). De acordo com os dados do INE, a subida de preços, que se reflecte no aumento da do rendimento por quarto, cresceu em todos os segmentos: 12,5% na hotelaria, 13,4% no alojamento local e 5,7% no turismo no espaço rural e de habitação. 

O indicador que mede o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) teve a mesma evolução positiva em todos os estabelecimentos turisticos, tendo  atingido 123,1 euros em junho, um aumento de 11,7% em relação ao mesmo mês de 2022 e 26,1% face a junho de 2019.

A Grande Lisboa registou o valor mais elevado (152,6 euros), atingindo mesmo novo máximo histórico na região, em toda a série disponível do INE. Segue-se o Algarve (130,9 euros) e o Alentejo (114,4 euros). No Norte registou-se, também, novo máximo histórico em toda a série disponível (113 euros).

 

Desde o início do ano de 2023 que o setor  têm vindo a superar os níveis de 2019, registando-se assim novos máximos históricos de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico, tendo totalizado 34 milhões de dormidas no primeiro semestre de 2023 (+10,7% face ao mesmo período de 2019).

"Foi a primeira vez, desde o início da pandemia, que o número de dormidas no primeiro semestre superou os valores de 2019, após os decréscimos de 66,2% em 2020, 73,6% em 2021 e 6,9% em 2022", detalha o INE. 

Os maiores aumentos, face a 2019, ocorreram nos meses de fevereiro (+19,5%), abril (+14,3%) e janeiro (+14,1%).

Crescimento generalizado

Por tipologia, em junho, registaram-se crescimentos dos proveitos nos três segmentos de alojamento. "Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento (peso de 87,2% e 85,3% no total do alojamento turístico) aumentaram 13,1% e 14,5%, respetivamente. Face a junho de 2019, registaram-se crescimentos de 31,3% e 33,0%, pela mesma ordem".

Nos estabelecimentos de alojamento local (quotas de 9,1% e 10,8%, respetivamente), registaram-se aumentos de 22,8% nos proveitos totais e 24,4% nos proveitos de aposento. Comparando com junho de 2019, observaram-se crescimentos de 40,4% e 43,2%, respetivamente.

Já no turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 3,7% e 3,9%, respetivamente), os aumentos foram 14,8% e 14,9%, pela mesma ordem. Face a junho de 2019, registaram-se crescimentos mais expressivos, +85,2% e +83,5%, respetivamente.

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