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Quase 40% das empresas de restauração admitem insolvência

Com quebras de faturação acentuadas em agosto e as perspetivas negativas para setembro, várias empresas de restauração e de alojamento turístico admitem avançar para insolvência.

José Sena Goulão
04 de Setembro de 2020 às 10:40
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Numa altura em que o setor do turismo se prepara para nova época baixa, e depois de um verão a meio gás devido à pandemia, quase 40% das empresas de restauração e outros 16% das empresas de alojamento turístico estão a ponderar avançar para insolvência, uma vez que não têm como suportar os encargos habituais. Estas são as principais conclusões do mais recente inquérito mensal realizado pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), divulgadas esta sexta-feira, 4 de setembro.

Em comunicado enviado esta manhã às redações, a associação fala numa "situação dramática para as empresas da restauração e bebidas e do alojamento turístico, que irá agravar-se significativamente com a diminuição das férias dos portugueses e a menor utilização de esplanadas com o aproximar do outono".

Isto depois de um verão que esteve longe de responder às necessidades do setor. Na área de restauração e bebidas, 70% das empresas dão conta de quebras de faturação acima dos 40% em agosto, em relação ao mesmo mês do ano passado. Perante este cenário, mais de 9% destas empresas não conseguiram pagar salários nesse mês e outros 10% só pagou parte dos salários, enquanto 14% das empresas já avançaram com despedimentos desde o início do estado de emergência. Quase um quarto das empresas admite que não irá conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano.

Assim, mais de 38% das empresas de restauração e bebidas está a ponderar avançar para insolvência, já que "as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar os encargos habituais para o normal funcionamento da sua atividade".

O cenário é "igualmente alarmante" na área de alojamento turístico, ainda que, aqui, haja menos empresas a admitir insolvência. Durante o mês de agosto, 12% destas empresas não registaram qualquer ocupação e outros 16% dão conta de uma ocupação máxima de 10%. Feitas as contas, mais de um quinto destas empresas assinalam uma quebra homóloga superior a 90% na taxa de ocupação.

Também aqui, houve 19% das empresas que não conseguiram pagar salários em agosto.

Para setembro, as perspetivas apontam para uma ocupação abaixo dos 10%, ou mesmo ocupação zero, para mais de 40% das empresas.

Assim, 16% das empresas inquiridas estão a ponderar avançar para insolvência.
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