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"Não há nenhum indicador que aponte para dependência patológica da raspadinha"
O provedor da Santa Casa diz não haver indicadores que aponte para dependência patológica da raspadinha.
Não há qualquer indicador de dependência patológica das raspadinhas, garante Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em entrevista à TSF e JN.
Edmundo Martinho realça mesmo desconhecer estudos sobre a dependência do jogo, além do do SICAD divulgado em maio. "Se olharmos para aquilo que é o estudo do SICAD, que é o organismo público que tem responsabilidade de olhar para este assunto, no universo mais vasto dos jogos a dinheiro, a raspadinha é a que representa a taxa mais baixa do jogo patológico, curiosamente. E estou a referir-me aos dados do SICAD, nem sequer são dados da Santa Casa. Criou-se esta ideia de que é um jogo que se tornou viciante e patológico, sobretudo para os pobres, quando a distribuição de venda da raspadinha acompanha exatamente nos grupos da população aquilo que são os grupos de rendimento".
"Estamos completamente disponíveis para estudar este assunto, como digo, temos vindo a monitorizar, mas tenho dificuldade em perceber de onde é que vem, de repente, este interesse e quando se ignora, por exemplo, o crescimento exponencial dos jogos online e a forma como durante a pandemia os jogos online cresceram", acrescentou à TSF/JN o provedor da Santa Casa, lembrando que o estudo do SICAD aponta para que, "nas pessoas que só jogam raspadinha, o jogo patológico representa 0,4% destes jogadores. Nas que não jogam raspadinha e que jogam outros jogos, online, jogos sociais, o que quer que seja, a prevalência do jogo patológico é de 1,5%, ou seja, é quatro vezes superior à daquelas que só jogam raspadinha".
Quanto à raspadinha do património, "está a correr de acordo com aquilo que era expectável", mas acredita que o modelo não vai estendido a outras áreas.