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Hotelaria e restauração são os que mais empregam mas pior pagam no turismo

A hotelaria é o segundo maior empregador no turismo mas só o terceiro que melhor paga: a distribuição das remunerações não é proporcional à distribuição do emprego no turismo. Ganha-se mais no transporte de passageiros.

Reuters
17 de Dezembro de 2018 às 12:32
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A hotelaria é o segundo maior empregador na área do turismo, atrás da restauração. Contudo, fica atrás não só da restauração como do transporte de passageiros no que diz respeito às remunerações pagas.

 

Cerca de 47,1% do emprego (equivalente a tempo completo) nas actividades características do turismo está concentrado na restauração e similares, a longa distância dos hotéis e similares (17,6%) e do transporte de passageiros (11,9%). Serviços auxiliares de transporte, desporto e lazer e serviços culturais seguem-se na lista, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

Os números publicados pelo INE referem-se a 2016, o último ano para o qual há dados fechados no que diz respeito a remunerações e emprego no turismo.

 

"Em 2016, o emprego nas actividades características do turismo aumentou 4,8% face a 2015, fixando-se em 416.817 empregos equivalentes a tempo completo e representando 9,4% do total do emprego nacional", revela o INE, acrescentando que o crescimento neste ramo foi superior ao avanço de 2,1% da economia nacional. Por comparação, e também com base em dados de 2016, o peso de 9,4% do turismo na actividade nacional é inferior aos 13% de Espanha e aos 10% da Hungria, mas superior aos rácios de 7,4% na Áustria e de 7,3% na Eslovénia.

 

Também houve um aumento das remunerações nestas actividades turísticas em Portugal: cresceram 7,6%, também acima da variação positiva de 4,1% da economia portuguesa. Ao todo, em 2016, "as remunerações nas actividades características do turismo representaram 9,6% do total de remunerações da economia nacional".

 
Os que pagam melhor e pior

Só que a distribuição das remunerações não é totalmente proporcional à distribuição do emprego no turismo. A restauração é o ramo com maior peso, 37,3%, mas abaixo do seu peso enquanto empregador, 47,1%. O mesmo acontece na hotelaria, em que as remunerações representam 14,9% do total, aquém dos 17,6% enquanto empregador. Já os transportes de passageiros correspondem a 17,9% da remuneração total no sector, acima do peso enquanto empregador (11,9%) - são o terceiro maior empregador, mas o segundo que melhor paga.  

Há uma justificação para esta diferença: paga-se pior na restauração e na hotelaria do que nas restantes áreas de actividade do turismo. "Em 2016, a remuneração média por trabalhador nas actividades características do turismo foi superior à nacional (+3,6%), registando, no entanto, diferenças relevantes por actividade", conclui o INE.

 

"Face à economia nacional a remuneração média por trabalhador foi mais elevada nos serviços auxiliares aos transportes (153,8%) e nos transportes de passageiros (144,1%)", continua o gabinete de estatísticas, que refere que a área de desporto, recreação e lazer tem um indicador de 131%.

O ponto de partida é uma base 100 para a remuneração média da economia nacional, ou seja, os serviços auxiliares pagam 53,8% acima da média, os transportes 44,1% e o desporto 31%. 

 

Em sentido inverso, "as actividades onde a remuneração média foi mais baixa foram os restaurantes e similares (85,4%), os hotéis e similares (85,7%) e os serviços culturais (95,9%)". Quer isto dizer que, na restauração e hotelaria, paga-se perto de 15% abaixo da média nacional. 


Valor do turismo cresce 13,6% 

O INE divulga dados relativos a 2017 relativamente à riqueza gerada pelo turismo. E o turismo tem ganho peso nesse contributo. "Estima-se que, em 2017, o valor acrescentado bruto gerado pelo turismo tenha atingido 7,5% do valor acrescentado bruto da economia nacional, evidenciando um crescimento de 13,6% em termos nominais, superior ao do VAB da economia nacional (4,0%)". Em causa estão 12.661 milhões de euros. 

 




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