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Como viajar pela nova Rota da Seda de 800 mil milhões de dólares

A rota mais antiga do mundo está a tornar-se rapidamente da nova atractividade.

Bloomberg
03 de Novembro de 2018 às 18:00
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Graças a mais de um bilião de dólares em investimentos previstos – encabeçados pela iniciativa chinesa "Um Cinturão, Uma Rota", de 800 mil milhões de dólares, que liga países que vão do leste da Ásia à Europa –, a Rota da Seda está a ressurgir.

 

O conjunto de caminhos antigamente lendários que ligavam cidades como Kashgar, Paro e Constantinopla foi criado no início da Era Comum e entrou em colapso com a queda do império mongol, no início do século XVI, mas agora está a renascer como uma rede de estradas, ferrovias e aeroportos que ligam 65 países. Com maior segurança e mais facilidade de acesso a vistos, nunca foi tão fácil ir às cidades repletas de bazares da Ásia Central.

 

Para os turistas, isto abre muitos novos destinos para explorar – alguns surgidos nos desertos da noite para o dia e outros que ficaram de fora dos mapas turísticos há muito tempo. O Uzbequistão registou um aumento de 40% no turismo em relação ao ano anterior; Baku, capital do Azerbaijão, também despertou da letargia posterior à Era Soviética e tornou-se um dos destinos turísticos de maior crescimento na Europa e na Ásia Central. O crescimento, latente há anos, disparou.

 

Segundo Jonny Bealby, fundador da empresa de viagens de luxo Wild Frontiers, a região também está a surgir como resposta a "pessoas que vão cada vez mais longe para encontrar lugares mais autênticos, menos deteriorados e menos conhecidos".

 

A sua empresa é apenas uma das várias operadoras de excursões – como Ker & Downey, Abercrombie & Kent e Remote Lands – que estão a ajudar os turistas a transformar em realidade um sonho que virou moda de repente: percorrer a Rota da Seda. Mas fazer esse percurso de ponta a ponta pode demorar entre seis semanas a três meses. A seguir, alguns dos locais que deveriam ser prioridade caso não tenha tantos dias de férias.

 

Xi’an, China

O coração da Rota da Seda original era, indiscutivelmente, a cidade de Chang’an, hoje Xi’an, no centro da China. No século VIII, era a maior cidade do mundo e a mais cosmopolita – um farol para comerciantes de todos os cantos da Ásia. Actualmente um centro de comércio internacional com 12 milhões de habitantes. Xi’an está a recuperar a sua antiga glória como extremo oriental da iniciativa "Um Cinturão, Uma Rota" – o que talvez não seja surpresa, sendo que é a cidade natal do presidente Xi Jinping.

 

Quanto tempo precisa para a viagem: entre três a cinco dias

 

Uzbequistão

As antigas cidades do Uzbequistão ainda estão notavelmente intactas – com os seus monumentos ornamentados e repletos de mosaicos. Por isso, este país transborda uma sensação fascinante de história, com seus os patrimónios arquitectónicos e religiosos e uma mistura global de tradições culturais forjada ao longo de milénios.

 

Quanto tempo precisa para a viagem: entre sete a dez dias

 

Azerbaijão

Muitos destinos da Rota da Seda afirmam ser "o lugar onde o Oriente encontra o Ocidente", mas o Azerbaijão tem os melhores argumentos geográficos para exigir este título. Assim como na antiguidade, o país continua a ser um lugar onde pessoas de todos os lugares convergem – embora hoje em dia seja mais provável que estejam a extrair petróleo ou a comprar em boutiques estilosas do que a comercializar mercadorias. A capital, Baku, é um pouco parecida com o Dubai, porque mistura o charme da antiguidade com a ostentação moderna. No entanto, o que provavelmente ficará guardado na memória são os passeios à volta da cidade.

 

Quanto tempo precisa para a viagem: entre três a cinco dias

 

Norte da Grécia

Quem gosta de História vai à Grécia pensando primeiro em Zeus, em Homero e no Partenon. Mas outro motivo de fama é que o país era o ponto de partida de uma das primeiras versões da Rota da Seda, que data das conquistas de Alexandre, o Grande, no século IV a.C. Ainda existem lampejos desse legado no Norte, em destinos pouco visitados, como Vergina e Soufli.

 

A nova iniciativa "Um Cinturão, Uma Rota" também está a tornar-se importante aqui, particularmente em Pireu, uma agitada cidade portuária desde a antiguidade. O próprio porto foi adquirido pelos chineses em 2016 e foi transformado num dos centros marítimos mais movimentados da Europa – o tráfego de contentores do porto mais que quadruplicou desde 2010.

 

Quanto tempo precisa para a viagem: Uma semana

(Texto original: How to Travel the New, $800 Billion Silk Road)

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