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Bilhetes entre Portugal e Reino Unido disparam com britânicos a antecipar regresso a casa

Os preços dos bilhetes dispararam com os britânicos a anteciparem a partida para evitar a quarentena no regresso a casa. Com a saída de Portugal da “lista verde”, a partir da próxima terça os turistas britânicos são obrigados a cumprir uma quarentena de 10 dias à chegada.

O Algarve será a região mais afetada pela decisão do governo britânico.
Luís Forra/Lusa
04 de Junho de 2021 às 10:52
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Após o anúncio de que Portugal vai sair da "lista verde" do Reino Unido, decisão conhecida esta quinta-feira, foram vários os turistas britânicos a passar férias em Portugal a tentar antecipar o voo de regresso ao país. O objetivo? Tentar contornar uma quarentena de 10 dias à chegada, que passa a ser obrigatória a partir das 4 horas da próxima terça-feira, dia 8.

A corrida aos bilhetes fez disparar os preços dos voos, especialmente para as viagens na véspera da mudança. Os preços estão mais altos para os principais aeroportos portugueses, com as viagens mais caras a partir do aeroporto de Faro, já que o Algarve concentra uma boa parte dos turistas ingleses.

Tanto no site de comparação de preços de voos Skyscanner como no Google Voos é possível encontrar grandes variações de preços. No caso do Google, é mesmo feito o alerta de que os preços estão altos, aconselhando o utilizador a procurar voos para outras datas.

De acordo com o site Skyscanner, um voo de cerca de três horas entre Faro e Londres, através da British Airways, na segunda-feira pode custar 827 euros por pessoa. Neste dia, o voo mais barato aproxima-se dos 400 euros. Ainda segundo o Skyscanner, as opções mais baratas a partir de Faro com destino a Londres só podem ser encontradas para viajar este sábado, com preços a partir de 125 euros. Este valor está acima do preço médio de uma viagem entre estes dois destinos, que costuma ficar abaixo dos 100 euros por pessoa.

Os aumentos de preços também são sentidos nas viagens a partir do aeroporto de Lisboa e Porto, ainda que não tão elevados como no caso de Faro. Um voo entre Lisboa e Heathrow, na segunda-feira, através da TAP ultrapassa os 450 euros; através da British Ways a viagem é ainda mais cara, ultrapassando os 760 euros. A partir do Porto só existe um voo com destino a Londres, que também ultrapassa os 460 euros.

A partir de terça-feira, quando os turistas britânicos já estão sujeitos a quarentena à chegada, os preços caem a pique: o voo mais barato a partir de Faro custa 80 euros, por exemplo. No Google Voos, o resto da semana apresenta voos ainda mais baratos, quase sempre abaixo dos 50 euros.

O anúncio do Reino Unido transtornou não só os planos de férias de muitos britânicos por cá mas também os planos das companhias aéreas. A meio de maio, companhias como a Ryanair ou a easyJet adicionaram milhares de lugares em voos entre o Reino Unido e Portugal, na tentativa de aproveitar a inclusão do país na lista verde. Outros destinos populares entre os britânicos, como a Espanha ou a Grécia, continuam fora da "lista verde".

Em comunicado, o CEO da easyJet, Johan Lundgren, afirmou que "o Governo rasgou o seu próprio livro de regras e ignorou a ciência, deixando os planos das pessoas num caos". "Esta decisão essencialmente corta o Reino Unido do resto do mundo".

De acordo com a Bloomberg, o operador turístico Jet2 anunciou esta sexta-feira que vai adiar o recomeço de atividade uma semana, para dia 1 de julho. A empresa pediu ainda ao Governo britânico que seja mais "transparente" relativamente aos dados que são usados para tomar decisões relativamente à lista.

Portugal passou da "lista verde" para a "lista âmbar", que obriga a uma quarentena de 10 dias na chegada ao país. A decisão foi conhecida esta quinta-feira, numa atualização em que não foi adicionado nenhum país à "lista verde".

Através do Twitter, o ministério dos Negócios Estrangeiros reagiu à decisão, indicando que tomou nota da decisão, mas que não compreende a lógica. "Tomámos nota da decisão britânica de retirar Portugal da "lista verde" de viagens, uma decisão cuja lógica não se alcança. Portugal continua a realizar o seu plano de desconfinamento, prudente e gradual, com regras claras para a segurança dos que aqui residem ou nos visitam", sublinhou o ministério de Augusto Santos Silva.

Turismo considerou saída da lista "desastrosa"

Após o anúncio do Reino Unido, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) considerou "desastrosa" para o turismo português a decisão do Reino Unido de retirar Portugal da "lista verde".

"Esta é uma notícia muito preocupante e penalizadora, não só para o turismo, mas também para a economia nacional, já que estamos a falar da principal atividade exportadora do país", afirmou a CTP. 

A confederação notou também que "a retoma que se iniciou nas últimas semanas com a chegada dos turistas ingleses vai ser abruptamente interrompida durante, pelo menos, três semanas", antecipando um impacto nas reservas, especialmente no Algarve.
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