A partir de novembro, Portugal vai avançar com um novo sistema de controlo de entrada de estrangeiros nos aeroportos. Mas o presidente do conselho de administração da ANA - Aeroportos avisa que o país pode não estar preparado, o que pode causar "fortes constrangimentos".

Em causa estão as novas regras europeias que obrigam à recolha de dados biométricos de cidadãos de fora do espaço Schengen nos aeroportos. "Temos de estar preparados para o novo sistema de controlo e não vejo que estejamos", alertou José Luís Arnaut na VII Cimeira do Turismo Portugal que está a decorrer em Mafra no âmbito do Dia Mundial do Turismo. 

O responsável alertou que neste momento já há "constrangimentos enormes", com os cidadãos que chegam a Portugal a terem em média uma hora e 9 minutos de espera nas filas. Em Madrid, a média é de 40 minutos, exemplificou. "É inadmissível. Isto mata o turismo", lamentou.

Já antes, à margem da conferência, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) adiantou que tem estado em contacto permanente com o Governo sobre este tema, alertando para "os problemas" com os tempos de espera para a passagem na fronteira nos aeroportos.

"Não é possível, por exemplo, num voo da Europa não-Schengen que demora duas horas e meia a chegar cá, [os passageiros] estarem uma hora e meia para entrar", lamentou Francisco Calheiros.

O responsável lembrou ainda que "não há uma segunda oportunidade para criar uma primeira boa impressão e a primeira boa impressão é a chegada ao aeroporto".

O Governo aprovou esta quinta-feira a criação da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras na PSP e o novo regime de retorno e afastamento de cidadãos em situação ilegal no país, medidas inseridas numa proposta de lei sobre controlo das fronteiras.

Esta nova unidade da PSP já tinha sido anunciada em junho pelo Governo quando foi anunciado o Plano de Ação para as Migrações.