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Centeno: "Portugal está longe de ser um país em que tudo seja turismo"

O Governador do Banco de Portugal destaca a importância do turismo, mas deixa alguns alertas. Quanto à contratação de estrangeiros, sublinha que "não houve qualquer impacto negativo nos salários ou para encontrar emprego pelos residentes em Portugal".

Lusa
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O turismo tem sido o motor de crescimento da economia portuguesa. Porém, Mário Centeno lembra que ainda não recuperou para os níveis pré-pandémicos. "Portugal está longe de ser um país em que tudo seja turismo", referiu o governador do Banco de Portugal durante a VII Cimeira do Turismo, que está a decorrer esta sexta-feira no Convento de Mafra, no âmbito do Dia Mundial do Turismo.

"O contributo do turismo tem uma importância significativa para a economia portuguesa", reforçou o responsável, deixando o alerta que a recuperação da crise em que o setor mergulhou durante a pandemia foi mais faseada do que outras atividades económicas.

"O turismo teve um crescimento significativo e acima da média, mas esse crescimento foi feito face à quebra durante a pandemia, ou seja, não recuperou nos dados agregados", comentou, lembrando ainda que "nos últimos anos temos tido sinais de queda de quota de mercado do turismo".

Durante a sua intervenção no evento organizado pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Mário Centeno elogiou a capacidade dos setores de alojamento e restauração terem evoluído positivamente na remuneração média paga aos trabalhadores desde que o salário mínimo começou a aumentar. Em 2015, o salário mínimo representava 72% das remunerações no turismo. Hoje, pesa 80%.

"Não deixa de ser assinalável a capacidade que teve de subir a remuneração média em 46% desde 2015" e em 31% face a 2019, de acordo com os números da apresentação feita pelo governador do Banco de Portugal, onde era destacado também a rotação excessiva no setor.

Atualmente, o setor emprega 332 mil pessoas, um valor que representa um aumento de 65% face a 2015 e 37% no total da economia. Em 2019 representava 16% do total de postos de trabalho.

Mário Centeno aproveitou ainda para destacar a importância dos fluxos migratórios para a evolução do mercado laboral, de forma geral em Portugal.  "Criámos 1 milhão de empregos em 10 anos", detalhou, destacando que 4 mil foram ocupados por trabalhadores estrangeiros. "Temos tido uma resiliência ao nível do desemprego que nunca tivemos", acrescentou.

Mais de 4 em cada 10 contratações em 2023 foram de trabalhadores estrangeiros e "não houve qualquer impacto negativo nos salários ou para encontrar emprego pelos residentes em Portugal", sublinhou Mário Centeno, comentando ainda que esta afirmação pode ser comprovada pelos números da Segurança Social.

O ano passado foi o melhor de sempre para o turismo, tendo arrecadado receitas de cerca de 25 mil milhões de euros, um crescimento de 37% face a 2019 e de 18,5% face a 2022, de acordo com os dados do Turismo de Portugal. E já em 2022 tinha registado proveitos de 21,1 mil milhões de euros, o que representou um disparo de 109,7% face a 2021 e de 15,4% comparando com 2019, ano em que o turismo em Portugal seguia de vento em popa, tendo sido travado de forma abrupta pela covid-19. 

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