O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, refuta que haja turistas a mais em Portugal e destaca o papel que o setor tem feito para conseguir que o turismo "renascesse" após a pandemia. Pede estabibilidade, esperando que o Orçamento de Estado seja aprovado, e apela a uma solução mais célere para o novo aeroporto. Estas são algumas das mensagens que o representante do setor destacou à margem da VII Cimeira do Turismo Português que está a decorrer me Mafra, no âmbito do Dia Mundial do Turismo.

"Existe uma série de problemas que nós, privados, não conseguimos resolver, e o aeroporto é um deles", começou por apontar Francisco Calheiros. Lembrando que a localização para receber o novo aeroporto já "está decididia" e passou por Alcochete, confessa que "têm medo" que esta solução leve muitos anos até estar operacional. No mínimo, os prazos apontam para 10 anos.

Nesse sentido, considera que "era importante haver uma alternativa, que para nós seria o Montijo", referiu, lembrando que o último aeroporto a ser construído na Europa foi em Berlim, Alemanha, e demorou sete anos.

Sobre a privatização da TAP, referiu que "não está em causa o que a CTP gostaria, temos é que olhar para as companhia europeias e todas estão incluídas numa grande plataforma. Não acredito que a TAP possa ficar orgulhosamente só. Terá de ser inserida numa grande plataforma", acrescentou, ressalvando que é necessário acautelar a manutenção do "hub" em Lisboa.

Francisco Calheiros refuta ainda que Portugal tenha turistas a mais. "Há 3 anos diziam não havia turismo, fizemos tudo para que o turismo renascesse. Agora  dizem que há turismo a mais. É muito difícil gerir nessas condições", atirou. "Não há turismo a mais, o que há é economia a menos", reforçou.

Questioando sobre o Orçamento de Estado, defendeu que a "estabilidade é um valor importantissimo. Gostaríamos muito que o OE fosse aprovado e voltássemos à normalidade ", concluiu.