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Álvaro Covões: “O problema do turismo é misturar política”
Para o fundador da Everything is New, é necessário apostar na diversificação e na divulgação dos eventos culturais. Por isso mesmo, pede às regiões de turismo que se organizem rumo ao crescimento integrado do país.
"O problema do turismo é misturar política". Foi assim que o fundador da promotora de eventos Everything is New, Álvaro Covões, apontou o dedo às entidades de coordenação turística pelas lacunas que persistem na promoção cultural do país.
"As regiões [de turismo] têm a obrigação de mostrar o melhor que temos, de uma forma organizada", afirmou aos jornalistas à margem de um encontro com empresários do sector hoteleiro, em Lisboa.
Para o gestor da empresa que organiza o festival NOS Alive, falta ainda coordenação entre as diferentes identidades para que se consiga "vender" o destino Portugal de uma forma integrada. "Devíamos organizar-nos fora da política partidária", reforçou.
Um desses caminhos, indica, poderá passar por divulgar mais e melhor a informação sobre os eventos e destaques turísticos disponíveis nas várias cidades. "Já demos um passo muito grande, mas estamos longe de dizer que somos o destino preferido", salientou.
A diversificação da oferta cultural existente – seja na área da música, das exposições plásticas ou dos eventos desportivos – é outra das prioridades definidas por Covões para o turismo nacional. "Se não tivermos conteúdos, vamos continuar a crescer pouco", diz, considerando o Algarve como exemplo desta dinâmica no período de Inverno.
Ainda assim, este esforço de criar alternativas não dependerá apenas dos empreendedores, uma vez que "o Estado ainda controla muita coisa", considerou.
NOS ALIVE 2015 com investimento de seis milhões
O orçamento está definido. Para a próxima edição do festival NOS Alive – marcado para Julho no Passeio Marítimo de Algés – será feito um investimento global de seis milhões de euros.
Na edição passada, o evento trouxe à capital portuguesa 15 mil turistas estrangeiros – número que Álvaro Covões quer, pelo menos, manter este ano. Os dados apontam nesse sentido: cerca de metade dos visitantes do "site" do festival são de origem internacional. Daí que a aposta se vá continuar a fazer com grande enfoque no Reino Unido, Espanha, França e Alemanha.
De acordo com um estudo feito para a Everything is New, 72% dos festivaleiros estrangeiros do Alive vem a Lisboa pela primeira vez. Destes, 86% passam, em média, quatro dias na capital. Um em cada três opta pela TAP para chegar ao país.
A promotora de eventos vai continuar ainda a apostar noutros formatos, como exposições temporárias. Em 2013, por exemplo, a exposição de Joana Vasconcelos no Palácio Nacional da Ajuda atingiu os 235 mil visitantes em cinco meses. Em média, aquele monumento recebe 50 mil visitas por ano.