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Primavera Sound arranca com regresso garantido em 2016

O promotor já prepara o evento do próximo ano no Porto e conta manter o patrocínio principal da operadora NOS. O investimento no festival supera os quatro milhões de euros e gera outros negócios dentro do recinto.

Paulo Duarte/Negócios
António Larguesa alarguesa@negocios.pt 04 de Junho de 2015 às 15:11
O NOS Primavera Sound, que abre a época de festivais de Verão em Portugal, começa esta quinta-feira, 4 de Junho, mas já tem regresso assegurado ao Parque da Cidade no próximo ano, adiantou ao Negócios o director do evento. "Está garantido. Aliás, já estamos a trabalhar no cartaz do próximo ano. Não há como fugir desta realidade. Será no Porto, no mesmo sítio", apontou José Barreiro.

 

O gestor cultural, que "não [acredita]" que seja possível organizar um grande festival de música sem um patrocinador âncora, confia também que manterá o patrocínio principal da NOS, que tem desde a primeira edição em solo nacional, em 2012. O contrato é avaliado anualmente, mas Barreiro diz "não ver motivos para que não continue". "Só se houver uma mudança estratégica na marca – estamos sempre sujeitos a isso –, mas, enquanto quiser estar na música, não tem como fugir a estar num festival desta dimensão e com este perfil numa cidade como o Porto", completou.

 

A uma semana do arranque já tinham sido vendidos mais de 20 mil bilhetes para os três dias do festival, sendo que 40% foram comprados no exterior, com destaque para Espanha, Inglaterra, Itália e França. Uma centena de jornalistas estrangeiros pediu acreditação para acompanhar este evento, em que quase metade do público está na faixa etária entre os 20 e os 28 anos, e a franja dos maiores de 35 é maior do que a dos menores de 18 anos.

 

Temos um contrato [de patrocínio com a NOS] que é avaliado anualmente, mas não vejo motivos para que não continue. Só se houver uma mudança estratégica na marca.
 
José Barreiro, director do festival NOS Primavera Sound

O orçamento a cargo da Pic-Nic – o promotor que junta os três sócios da empresa Ritmos, o advogado José Eduardo Martins e os criadores e organizadores do festival em Barcelona – ronda os 3,5 milhões de euros. A este montante somam-se outros valores, gastos nomeadamente pela operadora de telecomunicações, que contrata directamente, por exemplo, as campanhas televisivas. No total, calcula Barreiro, 44 anos, o investimento total no festival ascende a quase 4,5 milhões de euros.

 

Em entrevista ao Negócios, publicada esta terça-feira na rubrica "Gestão e Gestores", o gestor natural de Paredes de Coura admitiu que a aprendizagem na condução deste evento foi feita "à custa de algumas perdas e muita cabeçada". E advertiu que o promotor "tem de ser muito rigoroso" na definição e no cumprimento orçamental, sendo "importante que não haja desvios porque depois é muito difícil conseguir cobri-los, financiá-los". Aliás, frisou, "se [estivessem] dependentes da banca, provavelmente o festival já não existiria".

 

Os negócios em órbita

 

Dentro do próprio festival há outras empresas a aproveitar para fazer negócios. Os Douro Boys, que juntam quatro reputados produtores durienses (Quinta do Crasto, Niepoort, Quinta do Vale Dona Maria e Quinta do Vale Meão), continuam a ter um bar de vinho no recinto; a Delightfull, uma marca de design de iluminação, com sede em Rio Tinto (Gondomar) estabeleceu uma parceria com a organização e vai colocar os candeeiros nos camarins, nas traseiras dos dois palcos principais.

 

A Movvo, uma empresa criada em 2009 e especializada na implementação e gestão de sistemas de contagem e análise de tráfego de pessoas, vai realizar um estudo de mobilidade para aferir o comportamento dos festivaleiros dentro do recinto. O director do festival, José Barreiro, referiu que esses dados vão mostrar, por exemplo, quais são os percursos entre palcos ou os picos de afluência às zonas da alimentação ou às casas de banho, ajudando assim a organização a "planear melhor no próximo ano".

 
Estudo aponta retorno de 18 milhões
Um estudo sobre o impacto do Primavera Sound, realizado pelo Isag – European Business School com base num inquérito a 700 espectadores, evidenciou que as 75 mil pessoas que participaram no festival no ano passado terão deixado perto de 18 milhões de euros na economia portuguesa. Segundo o jornal " Público", face aos estudos realizados nas edições anteriores, o perfil dos melómanos que se deslocam ao Porto mostra outras tendências: o evento passou a ser mais escolhido em função da localização (44%) do que pelo preço e aumentou também o número dos que aproveitam a deslocação para ficar mais de quatro dias em turismo na cidade e na região.
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