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Uber: "A violência vem de uma minoria. Os taxistas em Portugal são pessoas trabalhadoras"

A mensagem foi deixada em Lisboa pelo responsável de políticas públicas da Uber. A aplicação garante que irá dar uma "resposta detalhada" às dúvidas do Governo português nos próximos dias e queixa-se da falta de uniformidade regulatória a nível europeu.

Kai Pfaffenbach/Reuters
22 de Outubro de 2015 às 20:52
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A Uber vai "dar uma resposta muito detalhada nos próximos dias" à carta enviada com as dúvidas do Ministério da Economia. A garantia foi dada pelo responsável de políticas públicas da aplicação, Mark MacGann, esta quinta-feira, 22 de Outubro.

"A carta do Governo português chegou ontem [21 de Outubro]. Estamos a preparar uma resposta", afirmou à margem de uma conferência organizada pela Autoridade da Concorrência (ADC).


Questionado sobre as recentes manifestações, MacGann desvaloriza a polémica e deixa uma mensagem aos taxistas: "A violência vem de uma minoria. Os taxistas em Portugal, em Lisboa, são pessoas trabalhadoras. Têm de ser ajudados a enfrentar a mudança, é esse o papel do Governo e do regulador [o IMT, em Portugal]".


É também ao regulador, mas a nível europeu, que o responsável da Uber pede maior acção, mesmo que este estejam a avaliar o actual enquadramento regulatório. "Não há um, não há 28, mas muitos mais modelos de regulação", lamenta.


A certeza é de "há espaço para toda a gente no mercado". "A solução para Portugal seria os taxistas abraçarem esta tecnologia para modernizar os táxis e permitir a existência de novas plataformas [juntamente] com o sector dos táxis", defende. E usa uma metáfora: "quando o email foi inventado, não vimos os carteiros a queimar os computadores".


"Não estamos a concorrer com os táxis. Estamos a concorrer com o aluguer de carros privados", daí que "não se possam aplicar as mesmas regras a diferentes serviços", acrescentou Mark MacGann. A aplicação que permite solicitar um serviço de transportes diz que não quer "substituir o mercado dos táxis, mas permitir adicionar novos serviços" aos consumidores.


"Quando se chega um mercado que é dominado por um único operador durante décadas, haverá sempre resistência à mudança. O que a Uber permite é que o mercado seja maior", elucidou o responsável.


Por sua vez, a ADC mostra-se disponível a colaborar para a criação de um novo quadro regulatório para serviços como o da Uber. "O enquadramento regulatório existente, que se tornou obsoleto com a evolução do mercado, tem de ser revisto", defendeu António Ferreira Gomes.


Para o presidente da ADC, essa "revisitação" deve ser feita, em primeiro lugar, pelo regulador e pelo Governo. Em casos como este "a regulação [já existente] torna-se mais um obstáculo do que uma solução" para os consumidores.

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