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Transportes: Observatório dos Preços "está finalizado do ponto de vista técnico"
A presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes disse esperar que o projeto, que devia ter sido finalizado no final de junho, possa ser interativo até ao final do ano.
A presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) afirmou esta quarta-feira no Parlamento que o Observatório dos Mercados da Mobilidade, Preços e Estratégias Empresariais "está finalizado do ponto de vista técnico" - e amanhã será apresentado ao conselho de administração do regulador -, mas "a parte de interação com o mundo em geral" espera que aconteça até ao final do ano.
Ana Paula Vitorino disse que a AMT está neste momento a recolher informação, desde 2015 até agora, junto de cerca de 10 mil entidades, informação que permite "várias análises sobre volume de tráfego, expectativa de clientes, reclamações", mas acrescentou que "o nosso objetivo é iniciar outra fase em que seja em tempo real".
"É um instrumento para todo o setor dos transportes, para utilizadores, investigadores e decisores políticos verem qual é a oferta, a procura, como é produzido e como se traduz em termos de implicações para a sociedade", disse Ana Paula Vitorino, assegurando que "o objetivo não é ficar por aqui", mas "ter um instrumento mais dinâmico e informação em tempo real".
Ainda assim, a responsável considerou que este observatório, como está neste momento, "é uma evolução brutal em Portugal".
O concurso para este Observatório decorreu durante 2020 e foi ganho pelo consórcio da Meo com a Giantstep, tendo ficado a sua finalização prevista para junho de 2022.
Na audição na comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, Ana Paula Vitorino falou ainda na reestruturação que o regulador levou a cabo, passando de 23 para seis unidades orgânicas, referindo ainda que a AMT tem previsto um quadro de trabalhadores de 99 pessoas e só tem 51. Além de um concurso público para contratação que tem a decorrer, a responsável disse que em setembro será iniciado outro.
Relativamente ao processo de contratualização do serviço público de transporte no país, Ana Paula Vitorino salientou que "a pandemia não parou o processo, mas introduziu percalços significativos no processo".
"Muitos concursos ficaram desertos", apontou, explicando que essa situação se deveu à enorme quebra da procura, o que levou a que "muitos concursos não tiveram interessados".
No entanto, a presidente da AMT diz que esta situação está a ser recuperada e "existem mais de 15 contratos neste momento em curso".
Ana Paula Viorino defendeu ainda que na próxima geração de contratos na área dos transportes existam já "obrigações de serviço público verdes".