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Trabalhadores da IP marcam greve para março que pode "impactar execução do PRR"

O Sindicato dos Trabalhadores das Infraestruturas Rodoviárias marcou uma greve ao trabalho suplementar em todo o mês de março e já pediu uma audiência ao Presidente da República para o informar dos motivos da paralisação que, diz, pode atrasar a execução dos projetos do PRR e PNI 2030.

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David Cabral Santos
16 de Fevereiro de 2023 às 11:30
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O Sindicato dos Trabalhadores das Infraestruturas Rodoviárias (STIR) da Infraestruturas de Portugal (IP) entregou segunda.feira um aviso prévio de greve às horas extraordinárias que durará das zero horas do dia 1 de março às 24 horas de 31 de março.

Em comunicado aos seus associados, essencialmente quadros técnicos e quadros técnicos superiores, o STIR afirma que "temos consciência do difícil período que a empresa atravessa, mas não podem ser os trabalhadores a assumir as sobrecargas de trabalho inerentes à falta de dimensionamento das equipas, quando acresce a desmotivação pela falta de reconhecimento e valorização do seu trabalho".

O Negócios sabe que o STIR requereu ontem uma audiência ao Presidente da República com o objetivo de explicar os motivos da greve e dar nota  dos possíveis atrasos que a paralisação pode impactar nos prazos de  execução dos projetos do PRR e do PNI2030.

 

O STIR diz na mesma nota aos associados a que o Negócios teve acesso que no dia 8 de fevereiro foram encerradas as negociações para aumentos salariais relativos a 2023, "sem qualquer tipo de acordo entre a IP e as organizações sindicais presentes".

"Os aumentos propostos pela administração da IP de 3,9% ficaram muito abaixo das expectativas, inclusivamente abaixo dos aumentos aprovados pelo Governo para as carreiras gerais da Administração Pública, decorrente da alteração da estrutura remuneratória, da qual resulta um aumento de cerca 104,22 euros para a maioria das carreiras", aponta.


Segundo explica, "os aumentos aprovados na Função Pública foram aplicados, na IP, aos trabalhadores do QPT (trabalhadores em Funções Públicas da IP) que não aderiram ao Sistema de Carreiras do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), tendo sido criada mais uma discriminação entre trabalhadores".


Acresce a isto, diz ainda, que a empresa "não mostrou qualquer vontade de compensar os trabalhadores pela discriminação realizada em 2022 onde beneficiou um grupo restrito de trabalhadores representado por um único sindicato, em detrimento dos restantes, com um aumento de 85 euros/ mês (pago em 12 meses)".


"Os aumentos propostos pela IP para 2023 para os trabalhadores vinculados ao ACT não alcançaram os aumentos feitos pela IP, para este grupo restrito, em 2022, nem sequer os aumentos aprovados para as carreiras gerais da Função Pública em 2023", frisa ainda a estrutura sindical, salientando que "a falta de reconhecimento e valorização do trabalho, aliado às novas e difíceis sobrecargas de trabalho decorrentes da necessidade de cumprimento das grandes metas do Governo, quer do PRR, quer do PNI2030, tem levado a um esvaziamento de carreiras especializadas da IP, sem possível reposição dos seus quadros face aos baixos vencimentos praticados".


Segundo o sindicato, "há vagas abertas há mais de meio ano que não são preenchidas".

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