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Reestruturação da EMEF pode implicar "ajustamento forte" do pessoal
A queixa apresentada pela Bombardier em Bruxelas por auxílios do Estado impossibilitou a privatização da EMEF, justificou o Governo, que dará agora orientação à CP para avançar com uma reestruturação profunda da sua participada.
O Governo decidiu esta quinta-feira em Conselho de Ministros não prosseguir com o processo de privatização da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) devido aos riscos que considera existir devido à queixa apresentada em Bruxelas pela Bombardier de auxílios de Estado.
O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, disse no final da reunião que irá dar orientações à CP "para tomar todas as diligências de defesa da posição da EMEF, por um lado, e por outro garantir que uma reestruturação profunda da EMEF lhe possa dar um caminho de continuação da sua actividade em moldes que não levantem questões de auxílio". Ou seja, explicou, que "a EMEF tenha meios suficientes do ponto de vista da geração de proveitos para cobertura dos seus custos".
Sérgio Monteiro adiantou que esse plano de reestruturação "vista tentar evitar a liquidação".
O responsável lembrou que a actividade da EMEF é hoje muito dependente da CP e que a privatização permitia dar-lhe capacidade de investimento e "um horizonte de esperança diferente".
"Não tendo sido possível, por conta da queixa, o que há necessidade é de adequar o nível de custos ao nível de proveitos", disse, acrescentando que "essa reestruturação passará pelas diversas linhas de custos" e "infelizmente, porventura, também por um ajustamento forte do ponto de vista de pessoal, que era um cenário que pretendíamos evitar com a privatização e que será mais difícil evitar no cenário de reestruturação que temos pela frente".
Sérgio Monteiro disse ainda a queixa interposta em Bruxelas por uma empresa concorrente da CP Carga – que impossibilitou a privatização – "representa uma ameaça muito importante para o futuro da empresa".
O governante disse que Portugal tem estado em contacto com Comissão Europeia para proceder à defesa dos seus argumentos, que se escusou a revelar porque seria "mostrar demasiado o jogo a quem quis prejudicar o processo de privatização da EMEF.