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EMEF sobe lucro para 1,4 milhões em 2015
A participada da CP, que a Comissão Europeia vai investigar no âmbito de uma denúncia por auxílios de Estado, registou em 2015 resultados líquidos positivos pelo segundo ano consecutivo.
A EMEF, participada da CP para manutenção de equipamento ferroviário, aumentou no ano passado os resultados líquidos em 52%, passando dos 909 mil euros em 2014 para quase 1,4 milhões em 2015.
De acordo com o relatório e contas da CP, na versão divulgada que não foi ainda aprovada pela tutela, o aumento de 469 mil euros nos lucros da empresa deveu-se designadamente à diminuição em 43% dos juros e encargos suportados.
Esta quinta-feira, a Comissão Europeia anunciou ter aberto uma investigação aprofundada para analisar se as medidas públicas a favor da EMEF "conferiram à empresa uma vantagem selectiva relativamente aos seus concorrentes, em violação das regras da União Europeia em matéria de auxílios estatais".
A decisão veio na sequência de uma denúncia feita pela Bombardier em Junho do ano passado, de que a EMEF teria recebido ajudas estatais de 90 milhões, tendo esta queixa travado o processo de privatização da empresa que o anterior Governo pretendia levar a cabo.
A EMEF tem registado prejuízos pelo menos desde 2005, com excepção de 2012 e 2014. Em 2015, de acordo com os dados agora divulgados pela CP, a empresa manteve e reforçou os resultados positivos.
De acordo com o relatório da CP, o resultado operacional da EMEF em 2015 diminuiu 2% para 2,2 milhões de euros, já que o aumento dos rendimentos operacionais foi acompanhado pela subida dos gastos operacionais, explica a CP.
O volume de negócios da EMEF cresceu no ano passado 6% para 58,5 milhões de euros, sendo que CP, CP Carga e Metro do Porto representam em conjunto 91,1% das vendas e prestações de serviços da empresa.
Em 2015, é ainda referido no relatório e contas, registou-se um aumento dos gastos operacionais da empresa, no valor de 3,4 milhões de euros. Aumentos que "foram em parte compensados pelo decréscimo dos gastos totais com o pessoal no valor de 2,8 milhões de euros, resultado de várias rescisões por mútuo acordo". O efectivo médio reduziu-se em 5%, para 979 colaboradores.
Os investimentos da EMEF confinaram-se por outro lado aos equipamentos estritamente necessários para a prossecução da actividade, ascendendo a cerca de 399 mil euros.
Em termos de perspectivas para 2016, a CP realça no documento que "seja levado a cabo o processo de reestruturação delineado, com o reajustamento do quadro de efectivos, em que se considera fundamental o rejuvenescimento e reforço das competências do seu corpo técnico".
Defende ainda a reorganização da empresa numa lógica de unidades de negócios e considera "crítico" dotar a EMEF de "mecanismos e instrumentos de gestão que lhe permitam por um lado o aprofundamento e alargamento das suas competências para responder aos desafios de melhoria da produtividade, mas também que disponha de uma maior capacidade e agilidade de actuação, resolvendo os constrangimentos de ordem administrativa enquanto empresa pública".