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EMEF sobe lucro para 1,4 milhões em 2015

A participada da CP, que a Comissão Europeia vai investigar no âmbito de uma denúncia por auxílios de Estado, registou em 2015 resultados líquidos positivos pelo segundo ano consecutivo.

Bruno Simão
02 de Junho de 2016 às 17:47
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A EMEF, participada da CP para manutenção de equipamento ferroviário, aumentou no ano passado os resultados líquidos em 52%, passando dos 909 mil euros em 2014 para quase 1,4 milhões em 2015.

De acordo com o relatório e contas da CP, na versão divulgada que não foi ainda aprovada pela tutela, o aumento de 469 mil euros nos lucros da empresa deveu-se designadamente à diminuição em 43% dos juros e encargos suportados.

Esta quinta-feira, a Comissão Europeia anunciou ter aberto uma investigação aprofundada para analisar se as medidas públicas a favor da EMEF "conferiram à empresa uma vantagem selectiva relativamente aos seus concorrentes, em violação das regras da União Europeia em matéria de auxílios estatais".

A decisão veio na sequência de uma denúncia feita pela Bombardier em Junho do ano passado, de que a EMEF teria recebido ajudas estatais de 90 milhões, tendo esta queixa travado o processo de privatização da empresa que o anterior Governo pretendia levar a cabo.

A EMEF tem registado prejuízos pelo menos desde 2005, com excepção de 2012 e 2014. Em 2015, de acordo com os dados agora divulgados pela CP, a empresa manteve e reforçou os resultados positivos.

 

De acordo com o relatório da CP, o resultado operacional da EMEF em 2015 diminuiu 2% para 2,2 milhões de euros, já que o aumento dos rendimentos operacionais foi acompanhado pela subida dos gastos operacionais, explica a CP.

O volume de negócios da EMEF cresceu no ano passado 6% para 58,5 milhões de euros, sendo que CP, CP Carga e Metro do Porto representam em conjunto 91,1% das vendas e prestações de serviços da empresa.

Em 2015, é ainda referido no relatório e contas, registou-se um aumento dos gastos operacionais da empresa, no valor de 3,4 milhões de euros. Aumentos que "foram em parte compensados pelo decréscimo dos gastos totais com o pessoal no valor de 2,8 milhões de euros, resultado de várias rescisões por mútuo acordo". O efectivo médio reduziu-se em 5%, para 979 colaboradores.

Os investimentos da EMEF confinaram-se por outro lado aos equipamentos estritamente necessários para a prossecução da actividade, ascendendo a cerca de 399 mil euros.

Em termos de perspectivas para 2016, a CP realça no documento que "seja levado a cabo o processo de reestruturação delineado, com o reajustamento do quadro de efectivos, em que se considera fundamental o rejuvenescimento e reforço das competências do seu corpo técnico".

Defende ainda a reorganização da empresa numa lógica de unidades de negócios e considera "crítico" dotar a EMEF de "mecanismos e instrumentos de gestão que lhe permitam por um lado o aprofundamento e alargamento das suas competências para responder aos desafios de melhoria da produtividade, mas também que disponha de uma maior capacidade e agilidade de actuação, resolvendo os constrangimentos de ordem administrativa enquanto empresa pública".

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