Notícia
Pilotos da Ryanair pedem demissão do CEO
Tensão na Ryanair leva um grupo de pilotos da maior companhia aérea de baixo custo da Europa a exigir a saída do presidente executivo, Michael O'Leary, avança a Reuters.
O Conselho Europeu de Representantes dos Empregados (EERC) é um organismo não oficial criado por pilotos da Ryanair o ano passado para representar cerca de 4000 pilotos da companhia aérea. Um conselho criado para ajudar os pilotos na mobilização da luta por melhores condições de trabalho.
Segundo a Reuters, isto porque os próprios trabalhadores acreditavam que um grande número de pilotos está a deixar a companhia, tanto devido a um aumento do número de solicitações para trabalhar nos dias de folga, como também por intransigência da companhia aérea em reconhecer os sindicatos de pilotos. Alegam ainda uma inactividade por parte do CEO, Michael O'Leary, em resolver os problemas, numa altura em que, nas últimas semanas, as negociações com os sindicatos de pilotos se encontram paralisadas.
Numa carta da EERC dirigida a O'Leary, a que a Reuters teve acesso, os pilotos salientam que a larga saída de trabalhadores obrigou a empresa a fazer cortes nos planos de crescimento e a cancelar mais de 20 mil voos: "Com a nossa avaliação, parece que novos cancelamentos são inevitáveis devido à continuação das demissões dos pilotos", salienta a carta.
Na mesma carta segue um pedido de demissão do CEO da companhia aérea: "Sugerimos que deixe a empresa e pedimos ao conselho e aos investidores que contratem um novo CEO para devolver a esta companhia aérea o seu lugar legítimo".
Em contrapartida, a Ryanair disse em comunicado que a EERC e as suas comunicações não tinham uma "legitimidade legal" e salienta ainda que têm pilotos mais do que suficientes para operar nas rotas estabelecidas pela companhia.
A tensão entre empresa e pilotos, em vários países, têm vindo a acentuar-se. Os pilotos da Ryanair têm-se manifestado já várias vezes contra as más condições de trabalho na empresa, convocando greves e paralisações. Querem ainda uma negociação colectiva e pedem o reconhecimento por parte da Ryanair do Conselho Europeu de Representantes dos Empregados que tem o intuito de negociar com a administração.