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Perguntas e respostas sobre o aeroporto complementar

O aeroporto complementar do Montijo destina-se a voos de médio curso e promete ser atractivo para as "low cost". Ainda há estudos ambientais para concluir, mas o Governo estima que comece a funcionar em 2021.

Bruno Simão/Negócios
15 de Fevereiro de 2017 às 22:00
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Que voos irão para o Montijo?
O aeroporto complementar do Montijo é destinado a operações do médio curso, ou seja, para a Europa, e não de longo curso. No entanto, numa situação de emergência é possível a um avião de longo curso aterrar no Montijo, mas dali não pode descolar com a máxima capacidade.


Será um aeroporto para as "low cost"?
Não obrigatoriamente. A ANA considera que o aeroporto complementar do Montijo vai oferecer boas condições para as "low cost", já que a intenção é que a operação seja muito eficiente. Também as taxas aeroportuárias serão mais baixas do que no aeroporto Humberto Delgado. Qualquer outra companhia que não tenha em Lisboa a "slot" pretendida pode decidir utilizar o Montijo.

Qual é a capacidade do futuro aeroporto complementar?
O aeroporto do Montijo pode acomodar até 24 movimentos (descolagem e aterragem) por hora. A pista complementar permitirá a Lisboa acolher um total de 72 movimentos por hora. Um estudo da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) considera que esta solução permitirá um fluxo de passageiros de 50 milhões de passageiros por ano em Lisboa, mais do que duplicando a actual capacidade do aeroporto Humberto Delgado, que em 2016 ultrapassou os 22 milhões de passageiros.


Qual vai ser o custo da infra-estrutura?
O investimento do Montijo está estimado acima dos 200 milhões de euros. No entanto, o projecto da ANA passa por intervir também no aeroporto Humberto Delgado, num investimento superior, e que pode chegar aos 400 milhões. O custo do projecto, assim como o modelo de financiamento, faz parte da proposta que a concessionária terá de apresentar ao Estado dentro de seis meses.

Como é financiado?
O pressuposto desta solução é que o investimento seja realizado pela ANA, que o recuperará através das receitas aeroportuárias. Ou seja, a ANA prevê que as taxas cobradas em Lisboa permitam financiar o investimento, sendo o passageiro e não o contribuinte a pagar o projecto.


As taxas vão aumentar?
A intenção da ANA é fazer taxas diferenciadas no aeroporto Humberto Delgado, que pretende subir, e no aeroporto do Montijo, onde aplicará valores mais baixos.


Que estudos falta realizar?
A decisão definitiva sobre o Montijo está condicionada à conclusão de um relatório sobre o impacto da migração de aves, estudo que será feito até ao final de 2017.

Podem ser levantadas questões em termos ambientais?
O desenvolvimento do aeroporto do Montijo contempla as avaliações e estudos ambientais, assim como a aplicação de eventuais medidas mitigadoras e compensatórias que esses estudos indiquem.


Quando estará a funcionar o aeroporto do Montijo?
A intenção do Governo é que possa haver obras no terreno em 2019 para que comece a funcionar em 2021. No entanto, para que as obras possam começar é necessário a aprovação ambiental e a revisão do contrato de concessão com a ANA para incorporar a unidade do Montijo.


Que acessos estão previstos?
Estão previstos acessos fluviais através de uma ligação rápida e directa do terminal do Seixalinho, de onde saem actualmente os barcos da Transtejo para o Cais do Sodré. Está também a ser ponderada a ligação por via ferroviária, nomeadamente através de uma ligação em ferrovia ligeira utilizando a ponte Vasco da Gama. Os transportes públicos entre os dois aeroportos também serão reforçados.

Há necessidade de Intervir no actual aeroporto?
O projecto da ANA inclui alterações no aeroporto Humberto Delgado, que deixará de ter uma segunda pista. A intenção é aumentar a capacidade de estacionamento e de circulação de aviões no solo e melhorar as estruturas de acolhimento e transferência de passageiros.

A força aérea vai sair do montijo?
A base aérea vai manter a actividade militar, entendendo o Governo e a ANA que a nova infra-estrutura deve ter uso misto. No entanto, o Executivo refere que eventuais transferências de operações vão ser agora objecto de um estudo detalhado. A Força Aérea estava contra a utilização mista do aeroporto por entender que não estão reunidas as condições para a coexistência de voos civis e militares no Montijo.


Foram estudadas alternativas ao Montijo?
Além do Montijo foram estudadas como hipóteses para o aeroporto complementar as infra-estruturas militares de Sintra e Alverca, mas não teriam condições de satisfazer o requisito base de aumento da procura.


Porque foi afastada a construção de um novo aeroporto?
A construção de um novo aeroporto representaria um investimento muito avultado, quer na construção quer nos acessos.


O que terá de constar da proposta da ANA?
No prazo de seis meses a ANA terá de apresentar ao Governo uma proposta para a expansão da capacidade aeroportuária em Lisboa, que inclua o local para desenvolver a infra-estrutura, estimativa preliminar dos custos, soluções de financiamento da construção e para a duração e conclusão da construção.

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