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Pedro Nuno Santos: Se houver greve "governo tomará todas as medidas para defender o povo português"

Pedro Nuno Santos diz que o governo foi "apanhado de surpresa" com o pré-aviso de greve dos motoristas e considera que as negociações não se fazem com "permanentes ameaças de greve".

Lusa
09 de Julho de 2019 às 12:28
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O ministro das Infraestruturas apelou aos motoristas para regressarem à mesa das negociações e deixarem de lado as ameaças de realização de greves.

 

"Espero que não haja greve, mas se houver, o governo tomará todas as medidas para defender o povo português e a economia portuguesa", disse Pedro Nuno Santos. "Estamos preparados" mas "espero que não aconteça" a greve, acrescentou.

O ministro falava aos jornalistas à margem da apresentação, em Lisboa, do Plano de Reabilitação de Património Público para arrendamento acessível, aprovado na semana passada em Conselho de Ministros. A apresentação, que contou com a presença do primeiro ministro, António Costa, decorreu no espaço do antigo hospital Miguel Bombarda, onde vai avançar o primeiro projeto de construção pública para arrendamento acessível.

 

Os sindicatos dos motoristas enviaram esta segunda-feira uma carta aberta à Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) sobre o processo negocial em curso, onde pedem desculpas aos portugueses pela greve prevista para agosto.

 

Pedro Nuno Santos, que em maio mediou as negociações entre sindicatos e associações patronais, salientou que "os trabalhadores estão em vias de obter um acordo muito importante", sendo esta uma "oportunidade histórica que não deve ser prejudicada desta forma".

 

O ministro considerou que os motoristas devem "deixar de usar a ameaça de greve como um instrumento de pressão" e lembrou que "já há um protocolo", faltando apenas fechar "questões menores" numa altura em que as "negociações decorrem com normalidade"

 

Na carta aberta assinada por Jorge Cordeiro, do Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM), e por Francisco São Bento, do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), os motoristas contestaram a "tentativa de manipulação da opinião pública" em relação ao objetivo dos sindicatos SIMM e SNMMP, indicando que "os homens que dirigem estes sindicatos são eles próprios motoristas de mercadorias e de matérias perigosas".

 

No sábado, o 1.º Congresso Nacional dos Motoristas, que decorreu em Santarém, com cerca de três centenas de motoristas, aprovou, por unanimidade, entregar no dia 15 um pré-aviso de greve a partir de 12 de agosto, por tempo indeterminado, até entrar em vigor o novo Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) para o setor, que prevê um aumento do salário base de 100 euros nos próximos três anos.

 

Pedro Nuno Santos diz que o governo foi "apanhado de surpresa" com este pré-aviso de greve. "Já tivemos alguns solavancos, mas já era tempo de parar e fechar o acordo", que "não se faz com permanentes ameaças de greve".

 

A proposta para o novo CCT prevê um aumento do salário base de 100 euros nos próximos três anos (1.400 euros brutos para 2020, 1.600 para 2021 e 1.800 para 2022), indexado ao aumento do salário mínimo, melhoria das condições de trabalho e pagamento das horas extraordinárias a partir das oito horas de trabalho, entre outras medidas.

 

Criado no final de 2018, o SNMMP tornou-se conhecido com a greve iniciada no dia 15 de abril, que levou o Governo a decretar uma requisição civil e, posteriormente, a convidar as partes a sentarem-se à mesa de negociações.

 

A elevada adesão à greve de três dias surpreendeu todos, incluindo o próprio sindicato, e deixou sem combustível grande parte dos postos de abastecimento do país.

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