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Montepio está na fase final de venda da posição da Pasogal na Groundforce
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, espera que a venda da posição de Alfredo Casimiro na empresa de handling se concretize em breve, mas garante que, se a venda falhar, Estado e TAP encontrarão uma solução.
O ministro das Infraestruturas e da Habitação garantiu esta terça-feira no Parlamento que o processo de venda da posição da Pasogal na Groundforce por parte do Montepio, que detém a penhora das ações, "está em curso e no fim", sublinhando a decisão da véspera do tribunal que lhe dá direito de vender a posição detida pela empresa de Alfredo Casimiro.
Pedro Nuno Santos frisou que o Montepio "está a gerir este processo há vários meses" e de "forma responsável, discreta e séria".
"Agora estamos em fase final e segura", disse Pedro Nuno Santos, frisando que a expectativa do Governo é que o processo de venda seja concluído com sucesso, o que "significaria a entrada de um sócio com capacidade financeira".
Ainda assim, o ministro garantiu que "se por alguma razão, como a falta de interesse de algum investidor, o Montepio não conseguir vender, o Estado ou a TAP encontrarão uma solução".
"Estamos a trabalhar numa solução há muito tempo, foi suspensa para que processo de venda de um privado a outro se conclua, mas se não se concluir Estado ou a TAP resolverá o problema", garantiu ainda o governante.
Pedro Nuno Santos assegurou que "temos um plano B preparado", mas voltou a rejeitar a nacionalização da Groundforce. Para o ministro, essa "não é a melhor opção por duas razões: não queremos ficar sujeitos a uma litigância em que poderíamos ter de pagar uma indemnização a quem não merece; e o processo de nacionalização é muito mais complexo e demorado", sendo que "no caso da Groundforce a TAP ou o Estado "nem sequer poderia manter-se como acionista maioritário da empresa".
Disponibilidade para pagar subsídios de férias
No Parlamento, Pedro Nuno Santos assegurou que, no curto prazo, a disponibilidade da TAP para pagar os subsídios de férias aos trabalhadores da Groundforce "mantém-se". Acrescendo que a TAP, que detém 49,9% da empresa de handling, "está a trabalhar numa solução para pagar os subsídios sem que isso depende da vontade de quem tem o controlo da Groundforce".
O ministro garantiu assim que os trabalhadores não terão os salários de julho por pagar e frisou que a companhia aérea não tem incumprimento nenhum com a Groundforce. Os adiantamentos feitos foram saldados e, disse ainda, "a partir de julho, os serviços já são pagos normalmente pela TAP".
"Até final de julho a TAP pagará os serviços dentro do prazo", completou Pedro Nuno Santos nesta audição parlamentar, sublinhando que esse montante é superior às necessidades salariais dos trabalhadores da Groundforce.
O ministro explicitou que há uma fatura vencida de 3,6 milhões de euros que vai ser paga e que "se for preciso pagar antes do tempo para pagar salários julgo que a TAP pode estar disponível para isso".
Greve "dramática", sem responsabilidade da TAP
Já sobre a greve dos trabalhadores da Groundforce no último fim de semana, que provocou o cancelamento de 650 voos, Pedro Nuno Santos considerou que "foi dramático para todos", afirmando lamentar "muito o que aconteceu".
Recusou, no entanto, alguma responsabilização da TAP, o que considerou uma "injustiça", garantindo que a companhia procurou por várias formas apoiar financeiramente a Groundforce. Desde logo, com adiantamentos que chegaram a ser de 12 milhões de euros, com a proposta de um aumento de capital que foi recusado e compra de equipamentos da empresa de handling, que acabou por tentar anular o processo.
(Notícia em atualização)